domingo, 25 de maio de 2014

Um Pouco da História do Movimento das Apaes

 
 
 Hoje quero começar a falar sobre a APAE. Esta Associação que foi tão importante no começo da nossa vida com a Amanda.

“... Tudo era para nós, ainda, profundamente nebuloso. Pouco ou nada sabíamos de nossas reações emocionais, de nossas fantasias, de quão pouco sabíamos lutar; primeiro contra nossa própria desesperança e frustração, depois com os problemas em si, nosso elo comum, o grave problema de deficiência mental...”.
 Depoimento de Dona Alda Moreira Estrázula, fundadora da Apae São Paulo
 
APAE Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais é um Movimento que se destaca no país pelo seu pioneirismo.
 
 
Nascida no Rio de Janeiro, no dia 11 de dezembro de 1954, na ocasião da chegada ao Brasil de Beatrice Bemis, procedente dos Estados Unidos, membro do corpo diplomático norte-americano e mãe de uma portadora de Síndrome de Down. No seu País, já havia participado da fundação de mais de duzentas e cinquenta associações de pais e amigos, e admirava-se por não existir no Brasil, algo assim.
 
Motivados por aquela cidadã, um grupo, congregando pais, amigos, professores e médicos de excepcionais, fundou a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae do Brasil.
 
A primeira reunião do Conselho Deliberativo ocorreu em março de 1955, na sede da Sociedade de Pestalozzi do Brasil. Esta colocou a disposição, parte de um prédio, para que instalassem uma escola pra crianças excepcionais, conforme desejo do professor La Fayette Cortes.
 
A entidade passou a contar com a sede provisória onde foram criadas duas classes especiais, com cerca de vinte crianças. A escola desenvolveu-se, seus alunos tornaram-se adolescentes e necessi-taram de atividades criativas e profissionalizantes. Surgiu, assim, a primeira oficina pedagógica de atividades ligadas à carpintaria para deficientes no Brasil, por iniciativa da professora Olívia Pereira.
 
De 1954 a 1962, surgiram outras Apaes. No final de 1962, doze das dezesseis existentes, nessa época, encontraram-se, em São Paulo, para a realização da primeira reunião nacional de dirigentes apaeanos, presidida pelo medico psiquiatra Dr. Stanislau Krynsky. Participaram as de Caxias do Sul, Curitiba, Jundiaí, Muriaé, Natal, Porto Alegre, São Leopoldo, São Paulo, Londrina,Rio de Janeiro, Recife e Volta Redonda.
 
 
 Pela primeira vez no Brasil, discutia-se a questão da pessoa portadora de deficiência com um grupo de famílias que trazia para o movimento suas experiências como pais,  em alguns casos, também como técnicos na área.
 
Para uma melhor articulação de suas ideias , sentiram a necessidade de criar um organismo nacional. A primeira ideia  era a formação de um Conselho e a segunda a criação da Federação de Apaes. Prevaleceu esta ultima que foi fundada no dia 10 de novembro de 1962, e funcionou durante vários anos em São Paulo, no Consultório do Dr. Stanislau Krynsky. O primeiro presidente da diretoria pro-visória eleita foi Dr. Antonio Clemente Filho.
 
Com a aquisição da sede própria a Federação foi transferida para Brasília. Adotou-se como símbolo a figura de uma flor ladeada por duas mãos em perfil, desniveladas, uma em posição de amparo e a outra de proteção.
A Federação, a exemplo de uma Apae, se caracteriza por ser uma sociedade civil, filantrópica, de caráter cultural, assistencial e educacional com duração indeterminada, congregando como filiadas as Apaes e outras entidades congêneres, tendo sede e fórum em Brasília –DF.
O Movimento logo se expandiu para outras capitais e depois para o interior dos Estados.
 
Hoje,  são mais de duas mil, espalhadas pelo Brasil. É o maior movimento filantrópico do Brasil e do mundo, na sua área de atuação.
 
É uma explosão de multiplicação, verdadeiramente notável sob todos os aspectos, levando-se em conta as dificuldades de uma País como nosso, terrivelmente carente de recursos no campo da Educa-
ção Especial.
 
Este crescimento vertiginoso se deu graças à atuação da Federação Nacional e das Federações Estaduais, que, seguindo a mesma linha filosófica da primeira, permitiram e incentivaram a formação de novas Apaes. Estas, através de congressos, encontros, cursos, palestras etc, sensibilizam a socie-dade em geral, bem como, viabilizam os mecanismos que garantam os direitos da cidadania da pessoa com deficiência no Brasil.
 
A Apae, vem a ser constituída, integrada por pais e amigos de uma comunidade significativa de alunos portadores de necessidades especiais, contando para tanto com a colaboração da sociedade em geral, do comércio, da indústria, dos profissionais liberais, dos políticos, enfim, de todos quantos acreditam, apostam e lutam pela causa da pessoa com deficiência.
 
A entidade em grande parte apesar de gozar do registro como associação de utilidade pública em to-dos ao quadrantes federal, estadual e municipal; defronta-se com as mais diversas dificuldades, essencialmente no tocante a pessoal e a questão financeira. Estes últimos recursos talvez sejam insignificantes, se comparados a importância do Compromisso que todo integrante do movimento tem diante da sociedade, da família e da própria pessoa com deficiência.
 
A Apae nos acolheu com todo carinho e atenção, aprendemos com todos os excelentes e amorosos profissionais como deveríamos estimular a Amanda em casa, nossos atendimentos eram realizados três vezes por semana.  Depois vou postar detalhadamente como acontecia cada um desses atendimentos.
 
Texto extraído do Manual PAIS E DIRIGENTES – uma parceria eficiente.
Editado pela Federação Nacional das Apaes – 1997
Atualizado pela Federação Nacional das Apaes - 2008
 

 
 
 

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