sexta-feira, 30 de junho de 2017

Educador físico Fabio Bertapelli pesquisa a relação entre obesidade e a Síndrome de Down


Por Helaine Gonçalves do Instituto Alana
Fala mansa, sotaque carregado e uma grande paixão. Foi necessário pouco tempo ao lado do educador físico Fabio Bertapelli para entendermos o motivo que o fez largar suas raízes paranaenses rumo à Campinas. “Estudar a obesidade na síndrome de Down tem sido uma descoberta. Meu lazer é estudar, estudar e estudar. Quem sofre é minha esposa, que entrou nessa comigo", diz.
Nessa caminhada, além de diversos artigos publicados internacionalmente, bolsas de incentivo e um mestrado, agora Fabio conclui as últimas etapas de seu doutorado em Saúde da Criança e Adolescente na Faculdade de Ciências Médicas pela Unicamp. Ou seja, nestes 32 anos de vida, dez foram dedicados a promover qualidade de vida para as pessoas com síndrome de Down.
Dias antes de embarcar para uma temporada de mais estudos, agora em terras norte-americanas, conseguimos bater um papo com este pesquisador. Uma ótima oportunidade para esclarecer um tema pouco explorado - o que lhe custou um pouquinho menos de tempo com a esposa.
Para começar: por que ter a síndrome de Down como objeto de estudo?
Comecei meus estudos em 2005 por meio de um projeto da universidade específico para pessoas com deficiência intelectual, incluindo a síndrome de Down. Fui acompanhando as características específicas como altura, crescimento e observando o quanto a gordura corporal merecia mais atenção de todos, precisava ser olhada com carinho. Fora que trabalhar com as pessoas com a síndrome é muito gostoso. É apaixonante.
Seu primeiro contato com a síndrome de Down foi exclusivamente acadêmico?
Na minha infância, tinha uma criança com síndrome de Down no meu bairro em Toledo, no Paraná. Lembro de ficar encantado com ele. A gente conversava, brincava pela rua. Mas, na época, eu não sabia o que era a síndrome de Down. E só fui saber mesmo quando entrei nesse projeto na faculdade de Educação Física.
Desde cedo, a criança com síndrome de Down é estimulada com muitas terapias com fonoaudiólogos, fisioterapeutas, etc. Por que incluir a Educação Física nesse sistema?
A Educação Física trabalha diversos aspectos da mente e do corpo. E a saúde, qualidade de vida, é importante para toda a população. Não podemos ignorar o auxílio da prática da atividade física e do esporte como forma de auxiliar a prevalência da obesidade na síndrome de Down. A gordura corporal elevada é um fator real, não pode ficar em segundo plano.
O sobrepeso e a obesidade é considerada por muitos uma epidemia mundial. Por que essa realidade acaba sendo mais preocupante nas pessoas com SD?
Muitos pesquisadores estão vendo a gordura corporal como uma pandemia. E o avanço da obesidade infantil é assustador de 1950 pra cá. Já os primeiros estudos sobre este fator na síndrome de Down datam de 1980. E, nessa época, a porcentagem também já era crescente e mais elevada que a da população em geral. Alguns falam em 2 a 3 vezes maior, só que estes índices dependem muito da região estudada, da cultura, da comunidade inserida. Mas o fator comum é que, a nível global, é evidente a prevalência da obesidade na população. Seja em homens, mulheres, meninos e meninas. Independente da idade, sexo e inclusive da questão socioeconômica.
Qual é a relação direta entre o maior acúmulo de gordura e as pessoas com síndrome de Down?
São vários fatores que ainda estamos mapeando corretamente. Nós temos um problema muito grande hoje que é a falta de dados e estudos. Só reunindo bibliografia publicada sobre obesidade temos 4144 estudos. Pesquisas relacionando a síndrome de Down com o peso corporal, crescimento, sobrepeso, enfim. Mas, aplicando um critério de qualidade - validando estudos sérios, de universidades ou revistas de renome - caímos para apenas 42 pesquisas. Agora tu me perguntas: alguma é do Brasil? Não. Uma coisa é a gente falar em obesidade nos Estados Unidos, Holanda, China ou outros países com muita pesquisa. Outra coisa é falar do nosso país, cheio de diversidade e com uma questão cultural muito diferente. A carência que temos de dados aqui é preocupante. Temos dados epidemiológicos dizendo que 1 a cada 700 nascidos vivos tem síndrome de Down no Brasil. Nem esse dado é nosso, mas imaginando isso, temos uma população enorme com síndrome de Down no país. Por que não ter estudos? Tudo o que sabemos sobre os multifatores são de fora. E a gente agora está engatinhando, pegando crianças e adolescentes, acompanhando o crescimento, verificando tudo de fato. Quantos estão obesos? Quantos não? Só a partir daí a gente começa a traçar corretamente os passos para melhorar essa questão.
E quais são suas primeiras observações baseadas nestes multifatores?
Alguns estudos atentam para a leptina, um hormônio produzido pelas células adiposas pra controlar a saciedade. Vamos dizer que é o hormônio que controla a fome. Em algumas crianças vemos esta dose alterada. Logo, essas crianças passam a comer mais e, consequentemente, a gordura corporal aumenta. Outra questão é a taxa metabólica basal, que alguns chamam de gasto energético em repouso. Você dormindo gasta caloria. Esse índice fica em média entre 1300 e 1500 quilocalorias. Na síndrome de Down, o gasto calórico em repouso gira em torno de 900 a 1200 quilocalorias. Três estudos já apontam pra isso. Então, se você analisar ao longo do tempo, vamos imaginar que a pessoa com síndrome de Down coma da mesma forma que a população geral: a mesma quantidade de alimento, mesma qualidade de calorias... As consequências para ela são outras. E se pensarmos que essa taxa basal diminui com o tempo, em função da idade, é automático o aumento da gordura corporal. Ou seja, em repouso, sem atividade alguma, eles gastam menos. Pra prevenir, eles precisariam gastar essas calorias praticando mais exercícios que a população sem a síndrome. Só que as pessoas com síndrome de Down tem uma diminuição da massa muscular, hipotonia, atraso motor, etc. E comprovadamente sabemos que elas não são estimuladas a praticar atividades físicas. Até as comorbidades como o hipotireoidismo e as cardiopatias não justificam a falta de movimento. Daí caímos para a questão ambiental, para a atuação da família superprotegendo a pessoa com SD. Não são só as questões orgânicas que influem no sobrepeso, temos também a falta de uma dieta equilibrada. Viu como é complexo? É um emaranhado de fatores e informações que demanda ainda muito mais estudo e discussão.
Como a família pode auxiliar nesse controle alimentar?
Entendo que os pais acabam sobrecarregados com o filho. Tem que levar no cardiologista, endocrinologista, no terapeuta, psicólogo... E chega a adolescência tem que levar em uma academia? Ir a um nutricionista? Mas o papel da família é diferente. Antes a hipótese era que a família tendo mais controle sobre a alimentação do filho  - cuidando da dieta e pressionando as quantidades - geraria resultados satisfatórios. E, na verdade, os efeitos são contrários, havendo o aumento no índice de massa corporal do adolescente. Quanto maior controle e pressão dos pais, mais adolescentes obesos. Isso é interessante porque partíamos do pressuposto errado. O papel da família é o de auxiliar na busca pelos profissionais habilitados para obter uma dieta equilibrada e definir a prática de exercícios adequados. Ajudar na busca por informação. A informação e a autonomia são os grandes segredos.
A amamentação pode auxiliar no combate à obesidade infantil?
O que sabemos é que muitas crianças com síndrome de Down nascem com baixo peso, o que acarreta em carência de nutrientes. É como se fossem programados biologicamente, desde o útero, a ter baixo peso. De certa forma, a amamentação ou alimentação será mesmo difícil no início. Só que depois vemos uma compensação de alimentos. É alarmante! Chega ao ponto de crianças com 16% de gordura aos 3 anos passarem a ter 45% aos 5 anos. É um ganho de peso muito rápido. Se você tem um aumento de gordura na infância, a chance da obesidade aumentar na adolescência e na fase adulta é muito grande. Se chegar na adolescência com sobrepeso ainda é mais difícil e raro conseguir voltar ao peso ideal pelos métodos convencionais. Me preocupa a necessidade de intervenção e a falta dela gerando consequências. Por isso é muito importante essa análise precoce, para fazermos um tratamento efetivo ao longo dos anos. Esse tema precisa ser discutido porque estamos a ponto de começar a perder crianças e adolescentes. Estou falando de óbito mesmo. Perder alguém quando poderíamos controlar o peso corporal com a nutrição adequada e a prática de atividade física correta é negligência.
Ser mais propenso ao sobrepeso significa ter mais dificuldade para emagrecer?
A métrica é igual: perder o que acumulou ou o excesso. O sucesso na intervenção depende muito da idade. Se a criança começou a acumular gordura aos 4 anos, a intervenção precoce terá mais chances de ser bem sucedida. Diferente na adolescência ou na fase adulta. Mas se as atuais recomendações da necessidade de praticar atividades físicas e de ter uma dieta balanceada não estão gerando resultados positivos na população em geral, é ainda mais difícil direcionar essa necessidade para as pessoas com síndrome. A intervenção correta depende da existência de políticas públicas, redes de suporte multidisciplinar com programas de perda de peso. Uma equipe que envolva profissionais de educação física, nutricionistas, médicos e psicólogos acompanhando por um período – 6 meses ou mais - não só a pessoa com síndrome de Down, mas toda a sua família, escola e comunidade. O erro está em pensar que a solução está só na mão do profissional de educação física. Os estudos em geral mostram que a atividade física isolada não traz resultados, existe uma questão comportamental e orgânica também.
Podemos concluir que as consequências da obesidade seriam as mesmas em pessoas com e sem síndrome de Down?
As consequências físicas e mentais envolvem: níveis de inflamação muito altas, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, piora na qualidade de vida, baixa autoestima e outras questões psicológicas. Isso já é observado na criança com obesidade. Ela não precisa crescer para vermos as consequências. Agora imagine uma criança com síndrome de Down com uma cardiopatia congênita: os riscos são aumentados. Outra questão é a apneia do sono, que muitos dizem ser um distúrbio da síndrome. É a síndrome que leva à apneia do sono ou é a obesidade? O colesterol elevado também gera dúvida dos pesquisadores: ele se deve à obesidade ou à síndrome? É difícil a gente falar de consequências da obesidade na minha opinião. Sem sombra de dúvidas, existem consequências, mas a intensidade, nível e o tipo ainda não conseguimos medir. Não que seja impossível, com estudos científicos controlados chegaríamos à resultados interessantíssimos. Sabemos somente que as consequências surgem por questões orgânicas, comportamentais e ambientais. E por isso vemos crianças com síndrome de Down com obesidade mórbida.
Como podemos contribuir para disseminar informação e alertar mais a população sobre a urgência deste tema?
Um ponto é o fomento de pesquisas e projetos. Nem sempre boa vontade pode contribuir decisivamente na pesquisa, é necessário investimento financeiro. Dizer que faltam pesquisas não significa dizer que falta interesse no tema. Existem pesquisas com parcerias dos Estados Unidos e do Reino Unido, mas estão emperrados financeiramente. Outro estudo está focado em tratar as desordens associadas à síndrome de Down desde o útero, em olhar pra gestante. Existem outros projetos de mapeamento da síndrome a nível populacional, com probabilidade de ir para o Brasil inteiro. Aqui no laboratório reunimos 15 mil informações sobre peso, altura, variáveis antropométricas capazes de dar uma estimativa real da condição da obesidade na síndrome de Down no Brasil. Um banco de dados a ser lançado no máximo em dois anos, pra repercutir junto à comunidade científica e, principalmente, em toda sociedade. E a ideia é expandir, tornar essa uma produção global, com mais de 20 países, reunindo todos os pesquisadores e profissionais da síndrome. Só com pesquisas vamos reverter muitos achismos e informações defasadas. Para você ter uma ideia, usamos uma curva de crescimento, peso, estatura para a criança com síndrome de Down de 1988. É até divulgada pelo Ministério da Saúde. Uma curva que não tem mais funcionalidade e utilidade, mas continua sendo utilizada nos laboratórios, ambulatórios e clínicas pediátricas. Outro ponto é que essas informações científicas precisam ser trabalhadas, precisam ser acessíveis para quem está em casa. A síndrome de Down precisa ganhar a mídia. Que todos cansem de ouvir e falar, para verem que não é um bicho-de-sete-cabeças.  Fonte
Excelente pesquisa !! Beijos  Simone Santiago Marques

quarta-feira, 28 de junho de 2017

'Me deu vida', diz homem com Síndrome de Down sobre 1º emprego


Kássio (de colete) e sua mãe Maria José (segurando o balão) com a equipe do 'MP para todos' (Foto: Maria José Monteiro/Arquivo Pessoal)
Kássio é office boy. Descreve o trabalho de forma simples: “Eu carimbo os processos, tiro xerox”. Pode não ser o emprego dos sonhos para muita gente, mas, para ele, fez toda a diferença.
Com Síndrome de Down, Kássio Vinícius Monteiro agora se sente mais confiante, mais forte e mais otimista. “Acho importante porque me deu vida. Me sinto útil”, afirmou.
Aos 27 anos, Kássio conquistou o primeiro emprego, no Ministério Público da Paraíba (MPPB), por meio de uma parceria do órgão com a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae).
Hoje, já com 30 anos, ele avalia como tem crescido com a experiência. “Antes, só praticava esportes, frequentava a piscina e participava do grupo de dança. Gosto da Apae, mas o trabalho me motivou. Vi que eu era capaz de aprender mais. Estou muito feliz com o trabalho”, pontuou.
Além de uma oportunidade de crescimento pessoal, Kássio considera o trabalho como uma espécie de refúgio. “Eu sei que sou diferente, mas as pessoas olham muito pra mim. Isso me incomoda. Eu fico em silêncio. Mas no trabalho, não. No trabalho, eu me sinto bem, à vontade e tranquilo”, comentou.
A mãe de Kássio, Maria José Monteiro, explica que o filho não chegou a terminar os estudos, mas ainda frequenta a escola da Apae nos dias em que ele não vai para o MPPB.
Para ela, a parceria foi primordial para Kássio. “Foi importantíssimo! Porque proporcionou crescimento pessoal e desenvolveu a mente dele”, comemorou.
Na Apae, Kássio e outras pessoas com deficiência têm apoio clínico, escolar, acompanhamento psicológico e ainda participa de atividades esportivas e culturais.
A diretora social da Apae, Rosália Araújo, coordena a parceria entre o órgão e a associação, que é uma ação de inclusão social dentro do projeto “MP para todos”. “Esta parceria dá oportunidades para nossos usuários serem reconhecidos dentro da sociedade, superando barreiras e promovendo a inclusão com responsabilidade”, ressaltou.
Além de Kássio, outras três pessoas com deficiência trabalham na Procuradoria-Geral de Justiça graças a essa parceria.
Parcerias buscam inclusão
Na segunda-feira (20), o Ministério Público do Trabalho (MPT) firmou uma parceria com o Instituto Primeiro Olhar, uma Organização Não-governamental (ONG) que acompanha crianças com Síndrome de Down na primeira infância e também orienta as famílias.
Segundo a procuradora do Trabalho Andressa Coutinho, para contratar PCDs, as empresas podem procurar ONGs, a  Fundação Centro Integrado de Apoio ao Portador de Deficiência (Funad) e instituições formadoras do Sistema S (Senai, Senac, etc.).  Fonte
Como é importante apoiar sempre !!  Beijos  Simone Santiago Marques

sexta-feira, 23 de junho de 2017

8 exames de saúde indispensáveis para pessoas com síndrome de Down


Saber exatamente quais são as questões de saúde que podem ocorrer com mais frequência em pessoas com síndrome de Down, conseguir diagnosticá-las de forma rápida e eficiente e buscar os tratamentos adequados são medidas essenciais para que indivíduos com a trissomia possam desfrutar de uma vida plena e saudável. Conheça os 8 exames de saúde indispensáveis para pessoas com síndrome de Down:
Ecocardiograma
É de extrema importância que um ecocardiograma, que é um ultrassom do coração, seja realizado logo após o nascimento do bebê, já que cerca de 50% das crianças que nascem com síndrome de Down apresentam algum tipo de cardiopatia.
Hemograma
Avalia as condições em que se encontram os componentes do sangue. Deve ser solicitado assim que um bebê nasce com síndrome de Down para afastar as possibilidades de alterações hematológicas e leucemias. A cada seis meses, o hemograma deve ser repetido e depois dos dois anos, anualmente.
Tireoide
Todos os recém-nascidos têm as suas funções tireoidianas checadas no “Teste do Pezinho”, que é obrigatório no Brasil. A partir daí, elas devem ser checadas aos 6 e aos 12 meses e, depois disso, anualmente.
Exames de Visão
A catarata e outras alterações que obstruem a visão podem ser detectadas no que é conhecido como “Teste do Olhinho”, que deve ser realizado pelo pediatra assim que o bebê nasce. Avaliações de acuidade visual são necessárias aos 6 e 12 meses; depois, anualmente, dos 2 aos 10 anos de idade; a cada dois anos dos 10 aos 19 anos; e a cada 3 anos a partir daí.
Exames de Audição
Os exames devem ser feitos logo no nascimento. As crianças com síndrome de Down, mais propensas a desenvolverem fluido, precisam de um exame auditivo completo (otoscopia, audiometria e timpanometria) aos 6 meses e depois anualmente, por toda a vida.
Radiografia da Coluna Cervical
De acordo com as Diretrizes de Atenção à Pessoa com Síndrome de Down, todas as crianças com a trissomia devem fazer uma radiografia da coluna cervical aos 3 e aos 10 anos para checar a existência de instabilidade atlanto-axial.
Acompanhamento Odontológico
Deve ser feito anualmente a partir do primeiro ano de vida. Avaliam-se a erupção dentária, a prevenção de cáries e as patologias da gengiva.
Distúrbios do Sono
Uma polissonografia, exame do sono que mede, entre outros fatores, batimento cardíaco, movimento dos olhos e níveis de oxigênio no sangue, deve ser feita por todas as crianças que têm síndrome de Down aos 4 anos de idade. Fonte
Beijos  Simone Santiago Marques

domingo, 18 de junho de 2017

Curvas de crescimento atualizadas para crianças e adolescentes com síndrome de Down brasileiros podem se tornar referência


O Dr. Fabio Bertapelli apresentou novas curvas de crescimento para crianças e adolescentes com síndrome de Down com idade entre 0 e 20 anos, fruto de uma pesquisa com 938 indivíduos, que podem vir a se tornar referência.
O trabalho foi o tema de sua tese de doutorado, apresentada à Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas.
Na conclusão de sua tese, o Dr Fabio Bertapelli aponta que as curvas de crescimento estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde e o “Centers for Disease Control and Prevention” dos Estados Unidos não representam o padrão de crescimento da população brasileira com síndrome de Down.
Segundo o pesquisador, as curvas de referência de peso-para-idade, estatura-para-idade, perímetro cefálico-para-idade e IMC-para-idade desenvolvidas nesta amostra representativa da população brasileira com síndrome de Down, de ambos os sexos, na faixa etária entre 0 e 20 anos, deveriam guiar pais e profissionais no monitoramento do crescimento de crianças e adolescentes com síndrome de Down no Brasil.
Veja o estudo e as curvas. Fonte
Vale a pena ler o estudo, muito interessante.
Beijos  Simone Santiago Marques

quarta-feira, 14 de junho de 2017

'O amor da minha vida tem Down': mulher relata rotina de preconceito com o marido


“Tá perfeito. A gorda com o Down”. Segundo Cássia, de 32 anos,  mesmo: a frase, dita com a intenção de ofender, já não gera mais o mesmo sofrimento de quando foi escutada pela primeira vez. Desde que a cabeleireira começou a circular com Rodrigo Torres, há quatro anos e nove meses, o repertório de absurdos relacionados à aparência do casal variou. No começo, as pessoas falavam apenas da Síndrome de Down dele. Com o tempo, ela ganhou 25 kg por problemas de saúde, e passou a se tornar alvo de ofensas também, numa dolorosa rotina de preconceitos.
Rodrigo, de 35 anos, é descrito pela amada como responsável e de bem com a vida. É ele, inclusive, quem acalma a mulher diante das corriqueiras atitudes preconceituosas. “Parece que somos dois aliens”, diz ela, rindo ao telefone durante a entrevista ao mencionar o quanto os dois chamam atenção na rua. Mas, quando Cássia se torna alvo de bullying, a tranquilidade parece abandonar o mensageiro de hotel:
— Uma vez estávamos na praia e alguém me chamou de baleia. Ele queria responder, mas eu o convenci a deixar para lá. São pessoas pobres de espírito — diz a cabeleireira, que decidiu contar sua história de amor depois de ver um vídeo na página do EXTRA que conta a história de Thaís Carla e Israel, hostilizados por conta de suas diferenças físicas.
Cássia não tem a menor dúvida de que está diante de um relacionamento especial. "Ele é o amor da minha vida", garante. Por telefone, era possível ouvir a voz embargada ao falar de Rodrigo, a calmaria que encontrou depois de um primeiro casamento repleto de abusos físicos e emocionais.
— Às vezes ele me pergunta o que vi nele. Hoje posso dizer que vi um homem incrível, que não ficou escondido pela Síndrome de Down. As pessoas, infelizmente, ficam com medo da diferença e não percebem o que percebo. Fazem cara de nojo, fazem comentários malvados sobre a gente. Mas não tem problema — completa.
Rotina de preconceito
Uma vez, no ônibus, Rodrigo teve problemas para passar o cartão. “Anda logo, retardado”, ouviu. Cássia estava com ele, e não era sua irmã ou cuidadora, como a maioria das pessoas supõe quando se depara com o casal. E, na qualidade de alma gêmea dele, não deixaria o desaforo barato. Furiosa, obrigou a mulher a descer do ônibus.
Rodrigo, que já sofreu mais com o preconceito, está acostumado a apaziguar esse tipo de situação. E, justamente por saber da reação das pessoas, demorou a revelar que tinha Down quando começaram a namorar. Só tocou no assunto três meses depois de começarem a se ver, quando os dois já estavam prestes a namorar. “Acho que você vai me deixar depois que te contar”, disse, nervoso. Mas Cássia já havia notado pela fala e características do corpo dele desde a primeira vez que o vira numa boate em Praia Grande, em São Paulo, onde vivem. De aliança de compromisso no dedo, era a hora de enfrentar as famílias.
Tivemos muito problema com parentes, tanto de um quanto de outro. Achavam que eu queria alguma coisa dele, que nosso amor era impossível. Estamos juntos há quase 5 anos, mas só agora as pessoas estão começando a aceitar. É amor de verdade — contou.
Enquanto correm os trâmites que darão aos dois a certidão de casamento, o casal sonha com uma criança — sem se importar se ela trará ou não a herança genética mais tão temida por Rodrigo.
Não me importa como virá nosso filho. Acho que um casal que tem uma criança com Down é abençoado por Deus. Se o meu vier, vou encarar como um presente. Também pensamos em adotar, porque tenho problemas para engravidar, e Rodrigo teve essa ideia. Como será o bebê não importa. Temos muito amor para dar — completa.  Fonte
O amor quebra qualquer barreira !! Beijos  Simone Santiago Marques

sábado, 10 de junho de 2017

São Paulo ganha sua primeira cafeteria -'Chefs Especiais Café'


Henrique Fogaça é um dos diversos nomes da gastronomia brasileira que apoiam o projeto 'Chefs Especiais' Foto: Instagram/@henrique_fogaca74
Chefs Especiais Café' foi inaugurado nesta quinta-feira, 8, em São Paulo; iniciativa é inédita no País
‘Respeito, oportunidade, amor e inclusão’. Quem chega ao Chefs Especiais Café, instalado no Jardim Paulista, em São Paulo, logo encontra esses 'ingredientes' no cardápio. O local foi inaugurado nesta quinta-feira, 8, com um objetivo: ser a primeira cafeteria do Brasil atendida por portadores de Síndrome de Down.
O projeto é uma iniciativa do Instituto Chefs Especiais, que atua em São Paulo desde 2006, promovendo a integração de pessoas com Down através da gastronomia. A instituição oferece cursos de culinária e recebe cerca de 300 alunos anualmente.
Com a inauguração da cafeteria, os alunos terão a chance de aprimorar suas habilidades. “Funcionará como estímulo, como estágio, como valorização. É um treinamento para que eles busquem outros postos de trabalho”, explica Simone Berti, uma das fundadoras do Instituto.
Serão cinco funcionários com Down no espaço: dois efetivos e três rotativos. Um coordenador que não porta a síndrome ficará responsável por orientar a equipe.
Apoio de chefs renomados. Além do engajamento de pais e integrantes do Instituto, a iniciativa também atraiu os olhares de diversos nomes da gastronomia brasileira, como Carlos Bertolazzi, Guga Rocha, Henrique Fogaça e Palmirinha Onofre, que estiveram na inauguração.
“É um projeto que conecta muita gente do bem. Tanto os fundadores quanto quem circula no 'Chefs Especiais' tem a mesma ideia de mundo: fazer com que as pessoas se desenvolvam através das suas especialidades”, afirma Guga Rocha.
cafe
Para ele, a gastronomia é um espaço que possibilita o crescimento de pessoas especiais, mostrando que elas são tão capazes quanto qualquer outro indivíduo.
“A gente não acredita no simples assistencialismo. Não queremos apenas ensinar receitas ‘fáceis’ ou ‘que eles possam fazer’. Nós os desafiamos e eles sempre nos surpreendem. Fazem coisas incríveis”, declara.
Estilo ‘rock n’ roll’. O espírito ‘hardcore’ do Chefs Especiais Café também é uma maneira de deixar os funcionários e alunos mais à vontade.
O local é inteiramente caracterizado - da decoração ao som ambiente - com uma pegada ‘rock n’ roll’. Não à toa um dos maiores incentivadores do projeto é o chef Henrique Fogaça, que, além de dono do restaurante Sal e jurado do MasterChef, é vocalista da banda punk Oitão.
“Faço parte do instituto desde 2009. Eu tenho uma filha com necessidades especiais, então acho muito importante a questão da inclusão social. O mundo é muito desigual e há muito preconceito. Precisamos fazer gastronomia de uma forma que quebre essas barreiras”, diz Fogaça.
“Esse estilo 'hardcore' serve para mostrar que eles não são coitadinhos. São pessoas como todas as outras”, completa Simone.  Fonte
Adorei!!!  Beijos Simone Santiago Marques

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Autismo, TDAH, Asperger, Dislexia, Tod características e sintomas


Encontrei no facebook este post super interessante sobre as descrições das condições e algumas características e sintomas na infância e adolescência. Fonte Compartilho abaixo:
Autismo
É uma condição neurológica e neurodiferenciada que faz com que o autista sinta e vivencie o mundo de uma forma diferente e única (variável em graus e de forma singular), não possuem características físicas diferenciadas.
Principais critérios para diagnóstico:
- Déficits sociais;
- Comportamentos estereotipados ou repetitivos.

Síndrome de Asperger
É uma condição neurológica do espectro autista Apresentam Coeficiente intelectual geralmente normal ou acima do normal pode variar de pessoa para pessoa, e variar também de intensidade e gravidade
Os sinais mais comuns incluem:
- Problemas com habilidades sociais
- Comportamentos excêntricos ou repetitivos
- Práticas e rituais incomuns
- Problemas de coordenação
- Alguns são Habilidosos ou talentosos em seu tema de interesse
TDAH
É um condição diferenciada do neurodesenvolvimento. Caracterizada por problemas de atenção , atividade excessiva,
dificuldade em controlar o comportamento que não é apropriado para a idade de uma pessoa . Em crianças, os problemas de falta de atenção podem resultar em desempenho escolar ruim. O TDAH é dividido em três subtipos:
- Predominantemente desatento, 
- predominantemente hiperativo-impulsivo
- ou do tipo combinado.
Diagnóstico:
pode ser feito por psicólogos, médicos psiquiatras, neurologistas ou até mesmo pediatras podem igualmente realizar um Diagnóstico Clínico, desde que tenham experiência e prática profissional extensa com estes pacientes.
O mais importante é procurar um ESPECIALISTA, alguém com vasta experiência na condição para o diagnóstico
DISLEXIA
É um transtorno de aprendizagem caracterizado pela dificuldade de leitura, apesar da inteligência da pessoa ser normal. E afeta as pessoas em diferentes graus. Os principais sintomas são dificuldades em pronunciar corretamente as palavras, em ler rapidamente, em escrever palavras à mão, em subvocalizar palavras, em pronunciar corretamente palavras ao ler em voz alta e em compreender aquilo que se está a ler. Em muitos casos estas dificuldades começam-se a notar na escola
Diagnóstico:
Uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga e Psicopedagoga Clínica com uma minuciosa investigação. verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como Neurologista, Oftalmologista e outros, conforme o caso.
Avaliação multidisciplinar e de exclusão
Síndrome de Tourett
É uma condição neurológica que provoca explosões vocais e tiques físicos repetidos e involuntários. É a mais grave das síndromes de tiques. Tiques são espasmos musculares que Consistem em contrações repentinas e intermitentes de um grupo de músculos. As formas mais frequentes são piscar, fungar, fazer careta, movimentos do ombro e movimentos de cabeça e as vezes é associada à vocalização de termos obscenos, palavrões ou afirmações depreciativas e socialmente impróprias (coprolalia), embora este sintoma se manifesta apenas numa pequena minoria de pessoas com
Tourett de 10% a 15%.
Diagnóstico em crianças é feito por um Psiquiatra infantil ou Neuropediatra
Transtorno Opositivo Desafiador (TOD)
Pode ser definido como um padrão persistente de comportamentos negativistas, hostis, desafiadores e desobedientes observados nas interações sociais da criança com adultos e figuras de autoridade de uma forma geral.
Os principais sintomas do transtorno desafiador opositivo são:
perda frequente da paciência, discussões com adultos, desafio e recusa a obedecer solicitações ou regras, perturbação e implicância com as pessoas, podendo responsabilizá-las por seus erros ou mau comportamento; se aborrece com facilidade e comumente apresenta-se enraivecido, irritado, ressentido, mostrando-se com rancor e com ideias de vingança.
Para o diagnóstico tais sintomas devem causar prejuízo significativo na vida social, acadêmica e ocupacional da criança ou adolescente, também é importante observar que no transtorno desafiador opositivo não há sérias violações de normas sociais ou direitos alheios, como ocorre no transtorno de conduta
Diagnóstico em crianças é feito por um Psiquiatra infantil ou Neuropediatra.
Transtorno Bipolar na infância e na adolescência.
Caracterizada pela oscilação entre períodos de extrema euforia e outros de depressão, a bipolaridade até pouco tempo era considerada uma doença de adultos. Mas estudos recentes começaram a apontar que o transtorno pode aparecer ainda na infância, e de forma mais frequente do que se imaginava.
As crianças que têm o transtorno bipolar são invadidas por uma montanha-russa de sentimentos sem que possam, muitas vezes, compreender exatamente o que estão sentindo
Sinais de Alerta
- Isolamento social devido a seu comportamento inconstante
- Pouca resposta à estimulação visual e verbal
- Mudança inexplicável de comportamento
- Queixas de dores de cabeça e estômago
- Busca constante de novos estímulos
- Choro frequente e sem causa aparente
- Abandono de tarefas sem conclusão
- Recusa de alimentos ou voracidade
- Marcante inquietação motora
- Perturbação no sono
- Agressividade
Altas habilidades/superdotação
São os alunos que apresentam a facilidade de aprendizagem, pois dominam rapidamente os conceitos, os procedimentos e as atitudes. Por eles possuírem condições de aprofundar e enriquecer esses conteúdos devem receber desafios suplementares em classes comuns, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, até mesmo para concluir a série ou etapa escolar, em menos tempo. Suas características variam, mesmo porque cada um apresenta perfil diferenciado, como: no pensar, aprender, agir e no desenvolvimento de seu potencial.
Algumas características.
- Facilidade de concentração;
- Autonomia;
- Interesse por áreas e tópicos diversos;
- Iniciativa e liderança;
- Vocabulário avançado e riqueza de expressão verbal;
- Habilidade para considerar pontos de vistas de outras pessoas e perceber a discrepância entre idéias;
- Facilidade de interagir com crianças mais velhas ou com adultos;
- Interesse por livros;
- Criação de meios pessoais para resolução de problemas.
Esquizofrenia Infantil
É uma condição mental que se caracteriza por degeneração de processos mentais, motores e emocionais. Apresenta sintomas como alucinações visuais e auditivas, pensamentos ou sentimentos estranhos, e comportamento anormal, profundamente impactando a capacidade da criança de funcionar e manter relacionamentos interpessoais normais. Ele geralmente apresenta após a idade de sete anos. Cerca de 50% das crianças com diagnóstico de esquizofrenia sofrem de sintomas neuropsiquiátricos graves.
Os critérios diagnósticos são semelhantes aos da esquizofrenia adulta. O diagnóstico é baseado no comportamento observado pelos cuidadores e, em alguns casos, dependendo da idade, auto-relatos.
A esquizofrenia não tem causa definida; Entretanto, certos fatores de risco como a história familiar parecem correlacionar. Não há cura conhecida, mas esquizofrenia na infância é controlável com a ajuda de terapias comportamentais e medicamentos
Diagnóstico em crianças é feito por um Psiquiatra infantil.
Beijos  Simone Santiago Marques