domingo, 29 de junho de 2014

A dificuldade no desfralde



A Amanda está com cinco anos, e ainda não conseguimos tirar a fralda, ela está pesando 15 quilos e as fraldas com fechamento lateral acabam machucando, encontrei uma fralda de vestir, e o problema dos machucadinhos foi resolvido.
Tinhamos pensado em tirar a fralda da Amanda no verão de 2013 , mas não conseguimos e eu ainda estava trabalhando fora e não tinha como dar uma atenção completa na retirada.
No ínicio da nova escola, decidimos tirar a chupeta e o berço, agora a Amanda dorme na mini cama. Ao iniciar as aulas em Fevereiro,  conversei com a Professora sobre essas mudanças que tínhamos acabado de realizar e que gostaria de ajuda para tirar a fralda. 
Em uma reunião com a Professora e Coordenadora para conversarmos sobre a Amanda , decidimos aguardar  até setembro de 2014 para realizar o desfralde. Muitas mudanças juntas acabam gerando muita ansiedade para todos.
Para toda criança, a retirada da fralda traz uma sensação de perda, como se ela percebesse que sua condição (e vantagens) de bebezinho estivesse ameaçada.
Para a criança a saída da fralda é um marco, já que deixam de ser bebês. Começamos então a pesquisar a melhor maneira de tirar a fralda.
Os esfíncteres são os responsáveis pelo controle das fezes e da urina, apesar da musculatura envolvida ser a mesma,  os esfíncteres são separados e o habitual é que a criança consiga desenvolver a habilidade do sistema digestório antes do urinário.
A Amanda faz o número 2, uma vez por dia , na maioria das vezes após o jantar, ela ainda não avisa quando vai fazer, mas conseguimos identificar a hora que está fazendo, já tentei levá-la ao banheiro
ou coloca-la sentada no penico, mas ela fala não !!
Compramos  um penico musical ela está começando a sentar nele de roupa, ela adora a revista Caras, então deixo ela sentar no penico com a revista e vou mostrando as figuras, já consegui algumas vezes que ela sente no penico sem fralda, mas só as vezes ela deixa.
Pesquisando na internet  não existe uma idade certa para a retirada das fraldas.As crianças que iniciam mais tarde esse treinamento levam menos tempo para conseguir o controle. O importante é se atentar aos indícios de que a criança esteja pronta.
 É um bom sinal, por exemplo, se ele consegue permanecer por intervalos de duas a três horas sem molhar a fralda, se avisa que quer fazer xixi ou cocô (ou que acabou de fazer) e se mostra desconforto com a fralda suja.
Percebemos que não é toda hora que ela faz xixi, o intervalo sem molhar a fralda é de duas a três horas, mas ela não demostra nenhum desconforto ainda, e também não avisa quando faz.
Descobrimos um aplicativo para IOS, no site Movimento Down,  PEPI BATH. A Amanda adora, lá ela escolhe entre três tipos de higiene, escovar os dentes, tomar banho ou ir ao banheiro. 
Comprei uma bonequinha que vem com penico, para mostar para ela como a bonequinha faz xixi, não demostrou ainda muito interesse, o joguinho no IOS é mais divertido.
Geralmente, o controle das fezes é mais bem sucedido e mais fácil que o da urina, pois pelo fato de a criança fazer menos vezes ou uma vez por dia, acontece quase sempre no mesmo horário. 
Achei alguns conselhos bem legais segue abaixo.

Devemos observar neste processo, três fases distintas para saber qual o momento de iniciar o “treinamento”

1 – A criança consegue te avisar que FEZ

Até esse momento, a criança anda com suas fraldas “pingando pela casa” ou “difundindo o cheiro” sem que isso a incomode. Se ela não tem essa consciência (que as fraldas já estão inapropriadas para o uso), não há como querer que ela entenda que precisa exercitar o controle.
Algumas crianças podem até querer tirar as fraldas quando percebem que elas estão molhadas ou sujas e isso pode já ser um sinal de que ela está preparada para a próxima fase, mas não que ela saiba controlar as suas eliminações. Se a fralda for retirada nesse momento, a chance de ocorrerem “vazamentos” é imensa e a de sucesso é muito, muito reduzida.

2 – A criança consegue te avisar que ESTÁ FAZENDO

Agora a criança começa a perceber que algo diferente está acontecendo. Além de já se sentir desconfortável com a fralda cheia de fezes e/ou urina, ela começa a ter a sensação das suas passagens pelo reto ou pela uretra, mas não consegue ainda conter ou reter. Em grande parte dos casos, a criança escolhe um cantinho, senta ou se agacha, olha para os pais com carinha de “tô fazendo” e começa a se incomodar quando terminou, quase que exigindo ser limpa.
Muitos pais, professores (nas escolinhas) começam aqui a tentativa de treinamento do controle. Mas para que essa atitude tenha sucesso, seria necessário um passo que a criança ainda não conseguiu: o segurar, a hora de segurar e soltar depois, a hora de soltar. Ou seja, ainda falta o principal: a consciência.

3 – A criança consegue te avisar que QUER FAZER

Depois de algum tempo, individual para cada criança, começa a ocorrer uma evolução. Nessa fase, a criança começa a ter o controle e consegue segurar as fezes e a urina.
Não existe padrão também em relação a que treinamento iniciar primeiro. A maioria das crianças tem mais facilidade para controlar o cocô, mas algumas começam com o xixi ou com os dois ao mesmo tempo. As preferências da criança devem ser respeitadas também em relação ao uso do peniquinho ou do redutor de assento. O ideal é testar os dois e ver com qual seu filho se adapta melhor.
A Amanda tem verdadeiro horror ao vaso sanitário, até me belisca quando tento fazer com que ela sente nele.
Sei que quando iniciarmos o desfralde o ideal é não voltar atrás, persistência e ênfase na rotina são fundamentais.  Com certeza a ajuda na escola será fundamental.
Achei mais uma dicas interessantes.No Site Movimento Down
  1. A maioria das crianças tende a fazer xixi ou cocô cerca de uma hora após as refeições. Se for o caso do seu filho, coloque-o sentado no peniquinho nesses momentos. A recomendação vale para meninos e meninas – só mais tarde, quando o garoto completar o aprendizado, ele deve ser estimulado a ficar de pé para urinar, imitando o pai e coleguinhas.
  2. Transforme a hora do penico em um momento prazeroso. Leia uma história, invente um jogo ou cante, tudo isso ajuda a relaxar a musculatura pélvica.
  3. Se o pequeno conseguir, elogie-o dizendo que está orgulhosa. Caso nada aconteça depois de uns dez minutos ou a criança der mostras de impaciência, recoloque a fralda e incentive-a pela tentativa. A idéia é habituá-la a sentar no peniquinho antes de tirar a fralda.
  4. Alguns especialistas recomendam repetir esse ritual a cada duas horas.
  5. Quando perceber que a criança já está no controle da situação, passe para a calcinha ou a cueca. Existem fraldas de treinamento, com laterais elásticas, que ela própria consegue baixar.
  6. Caso a criança tenha intestino preso, reforce a oferta de frutas e cereais para que o ato de evacuar não se transforme em uma experiência dolorosa.
  7. Recaídas são inevitáveis.
Estamos aguardando setembro para iniciarmos o treinamento!  Quem tiver dicas, serão muito bem vindas !!!
Beijos   Simone Santiago Marques

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Constipação


Hoje vamos falar sobre a Constipação.

Quando levamos a Amanda para casa depois de quase longos 3 meses em janeiro de 2009, (Amanda saiu do hospital no dia que era previsto para ela nascer) ,  verificamos que ela tinha dificuldade para fazer o número 2. As vezes passava de três a quatro dias sem fazer, ela mamava no seio e tinha o complemento de mamadeira Nan 1. Eu só tinha leite em um seio, pois em 1993 realizei uma mamoplastia (cirurgia de diminuição dos seios). 
 
Como eu já sabia que não teria leite suficiente, na UTI eles já iniciaram com o complemento e introduziram a mamadeira, a Amanda pegou fácil, e quando foi para casa já estava acostumada a mamar das duas maneiras.  A Amanda mamou no seios até 8 meses.
 
Começamos a nos preocupar , pois as fezes eram duras e em bolinhas, ela sofria e as vezes até sangrava , em conversa com a pediatra decidimos de dois em dois dias introduzir supositório de glicerina para ajuda-la a evacuar.

A hipotonia também pode levar à constipação intestinal (prisão de ventre) crônica, uma vez que o tecido muscular do intestino grosso não consegue realizar os movimentos peristálticos com força o suficiente para expelir as fezes.
 
 Outro ponto relacionado à tendência à constipação é a baixa produção de serotonina, substância responsável, entre outras funções, pelo acionamento dos movimentos peristálticos.
 
A prisão de ventre infantil (nome popular da constipação também conhecida como intestino preso) é uma condição na qual as crianças evacuam menos freqüentemente do que o usual, ou quando suas fezes tendem a ser duras, secas e doloridas e difíceis de evacuar.
 
Então durante uns três meses essa era a nossa rotina, se não conseguia fazer o número 2, colocavamos o supositório. Tentei dar suco da ameixa preta - deixava a ameixa preta na água de um dia para o outro e não funcionava, trocamos o leite e piorou, voltamos para o Nan 1.
 
Então um belo dia o supositório parou de ser fabricado, desespero total pois o similar era menor e não tinha o mesmo efeito. Nesta mesma época estavámos introduzindo as frutinhas.
 
Minha Madrinha Maru Piragibe me deu uma dica super pontual, Abacate !!!  Pronto, era comer abacate e a Amanda começou a fazer o numero 2  tranquilamente, pois as fezes passaram a ficar mais pastosas com as frutas.  Pesquisando na internet descobrimos que o Abacate tem gorduras monoinsaturadas que podem auxiliar na lubrificação das fezes, impedindo o principal efeito da constipação.
 
A dificuldade maior em evacuar eram as fezes endurecidas, a força que ela precisava fazer era muito grande , depois com a introdução das frutas, as fezes ficavam mais pastosas e a força necessária já não era tão grande e os movimentos  peristálticos conseguiam expelir as fezes sem muita dificuldade.
 
Depois com a introdução da papinha passamos a prestar atenção nos alimentos certos que podiam ajudar a atenuar a constipação, verduras, frutas, fibras. Uma alimentação rica em fibras e líquidos facilita a evacuação.
 
Hoje a Amanda come quase de tudo, e isso facilita muito, atualmente ela não tem mais problemas de intestino preso, faz o número 2 uma vez ao dia com facilidade.
 
Bom final de semana!   Beijos  Simone Santiago Marques
 
 
 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Saciedade



O hipotálamo é a área cerebral responsável pela saciedade e também pela fome. Quando sentimos fome (geralmente de 4 a 5 horas após a última refeição) precisamos nos alimentar. 

Fome e saciedade são fenômenos distintos, fome é uma sensação fisiológica pelo qual o corpo percebe que necessita de alimento para satisfazer as necessidades de nutrientes, já a saciedade, é o processo inverso da fome, ou seja, é o processo que suprime a vontade de comer, após a refeição.

Quando uma pessoa come demais, por qualquer que seja a razão, ocorre uma dilatação no estômago, e a mensagem de satisfação não é reconhecida, e quem come rápido demais, também não tem tempo para haver essa troca de informação e o hormônio da fome, que é a grelina, fica em maior quantidade, induzindo a pessoa a comer mais sem perceber que já está satisfeita.
Na pessoa com tendências a comer mais, o estômago se dilata mais que o costume e demora a enviar a mensagem. Se esse procedimento se repetir muitas vezes, o estômago vai se dilatando cada vez mais e sempre ficará aguardando a distensão para enviar a mensagem de saciedade.

Na Síndrome de Down, à hipotonia muscular acaba também influenciando na digestão, pois os músculos envolvidos na digestão são mais flácidos, e estes não dão a sensação de saciedade após uma refeição e por isso eles tendem a comer sem saber quando parar.

Quando introduzimos a alimentação sólida para a Amanda, começamos a identificar que ela não se sentia saciada comia tanto que acabava passando mal.

Devagar fomos adequando a quantidade de alimento para evitar a obesidade. Ela aceitava comida durante o dia todo, tudo que eu oferecia, brincava com a minha Mãe que a Amanda amava ficar com ela, Mineira adora que todos comam sem parar, é claro!!! Dar de comer para a Amanda era sempre fácil.

No café da manhã, a Amanda não gosta de tomar leite, ou achocolatado, a Pediatra nos disse para tentarmos introduzir uma bebida láctea, e a Amanda então toma 300 ml de iogurte pela manhã e antes de dormir.

No Lanchinho da manhã procuro sempre dar uma fruta, ela adora banana, e depois uma bolacha de polvilho ou água e sal, com suco de fruta.

Desde o inicio do ano a Amanda tem almoçado sozinha, quando passa um pouco do horário do almoço ela já pede " papa", deixo ela começar a comer sozinha, e depois ajudo a terminar a refeição.

Na escola ela já lancha sozinha, pega a lancheira arruma na mesinha e a Professora ajuda a abrir o lanche.

As 18:30 ela janta, como neste horário ela está sempre cansada , acabo não deixando ela comer sozinha, fica irritada.

Somente agora com cinco anos é que ela diz não quero!!! Mas eu quero que você coma !!! Dai tenho que esperar ela ter fome para almoçar ou jantar. Ela come de tudo, adora frutas e legumes.Só não gosta de Miojo e refrigerante. Descobriu o chocolate e ela adora !!! Tenho que esconder, pois, se acha é uma festa!!

É importante implementar a educação alimentar para evitar a tendência que eles têm a obesidade.

Algumas dicas:

1 - Mastigar bem e muitas vezes cada bocado.
2 - Colocar pequenas porções de comida na boca (uma dica é diminuir o tamanho dos talheres)
3 - Dividir as refeições. café da manhã, depois um suco reforçado, almoçar, tomar lanche e jantar
4 - Organizar uma dieta equilibrada, à qual o resto da família também pode aderir.

O tipo de alimento fornecido influencia na educação alimentar.

1 - Evitar, o hábito de tomar refrigerante e comer muitos doces.
2 - Incentivar a opção pelas frutas, legumes e verduras com saladas coloridas, pratos bonitos e a partir do exemplo do resto da família.

Portanto, comer devagar e evitar refeições volumosas, é fundamental, caso contrário, não há tempo para que os hormônios iniciem sua mensagem de saciedade no cérebro, havendo necessidade de comer mais para que se satisfaça.

Comece as refeições oferecendo um pouco de salada, pois elas aumentam o volume do bolo alimentar, reduzindo parte da fome, além de ser ricas em fibras, e depois ofereça o almoço ou jantar.

Essas dicas também serve para nós Mamães que procuramos estar sempre em forma !!

                           


Amanda se acabando no Bolo de Chocolate !!!!!!

Bom final de semana !!! Beijos Simone Santiago Marques

quarta-feira, 18 de junho de 2014

O Ranger de Dentes




Qual pai ou mãe não fica agoniado ao ver o filho ranger os dentes.

O bruxismo é o ato de apertar ou ranger os dentes. Pode acontecer de dia ou durante o sono e ser de forma consciente ou inconsciente. Quando o problema se manifesta durante o dia, recebe o nome especial de briquismo.

Alguns profissionais chegam a comentar que é comum observar o ranger dos dentes em crianças até os 6 anos por uma necessidade natural do organismo de acomoda-los e se preparar para a troca da dentição. Até esta idade a criança através dos movimentos de lateralidade pode apresentar uma abrasão das pontas dos caninos, e esta atividade muscular ativa o crescimento e desenvolvimento fisiológico das bases ósseas. Esse é o bruxismo considerado “fisiológico”.

A Amanda range os dentes quando está muito cansada, somente na hora de ir dormir, fica rangendo sem parar. Quando ela ainda usava chupeta era mais fácil, colocava a chupeta e pronto parava de ranger. O único problema é que as chupetas duravam somente uma semana, de tanto ranger a chupeta ficava rasgada.

Desde fevereiro 2014 a Amanda não usa mais chupeta e agora ela range até dormir , depois que dorme não range mais, no começo ficamos preocupados, achando que os dentinhos iriam ficar desgastados, mas percebemos que logo que ela pega no sono, para de ranger. 

Achei um estudo na internet publicado no Journal of Dentistry for Children, diz que cerca de 38 por cento das crianças rangem os dentes. Em média, o hábito aparece aos 3 anos e meio, e permanece até os 6. Quase sempre, o ranger de dentes acontece durante a noite. 

Na maioria dos casos, ranger os dentes  não é prejudicial. É muito pouco provável que os dentes sejam prejudicados  fazendo isso, e é grande a chance de abandonar logo o hábito. É importante mencionar o caso para o dentista, para que ele examine bem os dentes para ver se eles não estão se desgastando. 

Apesar de o barulho ser muito estranho, o melhor a fazer é esperar essa fase passar.

Estudos afirmam que a causa do bruxismo não está bem definida. Sabe-se, porém, que existem fatores que predispõem ao bruxismo, tais como: fatores dentais (interferências ao encostar os dentes de cima e de baixo, erupção atípica dos dentes de leite ou permanentes), fatores sistêmicos (crianças alérgicas, com asma, infecções respiratórias, deficiências nutricionais), fatores ocupacionais (esportes de competição) e fatores hereditários, que poderão aparecer combinados.

Precisamos no entanto ficar atento para o bruxismo “patológico”, onde o desgaste dental é mais importante e a criança pode apresentar dores musculares, dores de cabeça ou dores na ATM (articulação temporo mandibular). 

A placa acrílica, muito usada por adultos para proteger os dentes à noite, tem restrições para crianças, porque pode comprometer seu crescimento.
  

Citando o Dr. Martin Davis, antigo presidente da Academia Americana de Estomatologia Pediátrica: "Em crianças, o bruxismo é a última das nossas preocupações. Descanse, parece assustador mas não há qualquer correlação entre a criança e o adulto com bruxismo".


Bom Feriado !   Beijos  Simone Santiago Marques


domingo, 15 de junho de 2014

A Escola Inclusiva



Hoje vamos falar sobre a Escola Inclusiva.
No primeiro momento pensamos que a Escola Regular e a Escola Inclusiva são a mesma coisa. Quando começamos a conhecer a escola Inclusiva, verificamos que existem  diferenças.

Em Curitiba, pelo que eu saiba existem poucas escola Inclusivas , conhecemos uma delas na palestra sobre a Síndrome de Down organizada pela REVIVER DOWN. 

Colégio Integral, na época fiquei encantada com o projeto, mas como morávamos do outro lado da Cidade, decidimos esperar.

Na metade do ano passado ( 2013 ), nossa casa ficou pronta, nosso novo bairro fica próximo, fomos até o Colégio Integral fazer uma entrevista com a Amanda, conversamos com a Coordenadora e decidimos matricular a Amanda no Jardim II em 2014.

Conversando com a Coordenadora, percebi que precisava preparar a Amanda, conversei com a Águida, para que a Amanda tivesse dois atendimentos na semana, ela tinha que estar começando a falar. 
Tiramos a chupeta, passou a dormir na mini cama , começamos a deixar ela almoçar sozinha, ela teria que estar preparada para lanchar " quase " sozinha.

Após a conversa a Amanda foi ao parque com o Grupo do Jardim II, o escorregador era alto e ela se virou numa boa ( Graças a Deus o Lúcio sempre deixa ela se virar sozinha , principalmente no parquinho. Eu como sempre medrosa, fico próxima quando ela sobe no escorregador quero dar a mão na descida!!! )
A escola é bem grande tem turma até o terceiro ano do segundo grau, várias crianças da REVIVER DOWN estudam e estudarão lá, inclusive um deles passou no vestibular de Educação Física.

Construir uma escola inclusiva, não é fácil precisa de vontade de que as coisas realmente aconteçam, perseverança, fé, entusiasmo, superação, não pode haver nenhum tipo de discriminação ou preconceito, é querer, é acreditar que pode dar certo e o mais importante ter consciência de que muito já se está sendo feito mais ainda é pouco, existe grande distância entre o real e o ideal, é perceber que se irá errar muitas vezes e fracassar, mas é ter coragem para reconhecer que errou e seguir em frente. 

Segundo Mantoan apud Gil, 1997:
“A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apóia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral”.

A luta em se ter uma escola inclusiva de verdade é grande, de nada adianta colocar a criança especial dentro de uma classe comum, se a deixarem segregada, exclusa. A criança tem que sentir-se valorizada, importante, inteligente, capaz igual aos demais estudantes. Cada um possui limites, o que o professor não pode é enfatizar a limitação das pessoas e sim mostrar-lhes que são capazes de evoluir sempre, que cada conquista não é o ponto final, é apenas o estímulo para buscar cada vez mais.

A vontade de vencer deve ser maior que o medo de fracassar. Ninguém vence sozinho. Ninguém nasce sabendo as coisas, tudo se aprende e não se deve nunca perder a esperança, confiança e tranqüilidade.

Segundo Aranha, 2004:
“Escola inclusiva é, aquela que garante a qualidade de ensino educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades”

Na verdade, a escola que inclui é aquela que além de oferecer o acesso das crianças portadoras de necessidades especiais e de outras pessoas que de alguma forma sofrem algum preconceito (índio, negro, o estrangeiro, etc.), é aquela que garante a permanência e o sucesso dos alunos. Isso é um desafio constante a todos.

O sucesso de toda escola só acontece quando há a participação e a integração de todos os envolvidos no processo educacional: docentes, direção, orientação, pais, alunos, políticos empenhados, e toda a comunidade em geral. Para nortear esses trabalhos faz-se necessário ter objetivos bem claros, políticas públicas definidas e acessíveis, projeto político pedagógico que condiz com a realidade, fundamentação teórica relacionada com a prática.

O processo de avaliação deverá ser todo reformulado também, ao se lidar com crianças com deficiências, não se pode julgar todos iguais, cada qual tem seus talentos, suas habilidades e capacidades próprias; e trabalhá-las, desenvolvê-las é o mais importante.

A proposta pedagógica deve ser estudada, reinventada, deve haver flexões curriculares para atender todo o público escolar.

Faz anos que o Colégio Integral realiza este trabalho, e vejo todos os dias várias crianças Down em vários níveis, inclusive no segundo grau, por enquanto a Amanda não tem Tutora, a Coordenadora ainda não vê a necessidade.

 Aranha (2004) :
“A escola que pretende ser inclusiva deve se planejar para gradativamente implementar as adequações necessárias, para garantir o acesso de alunos com necessidades educacionais especiais à aprendizagem e ao conhecimento."

“A pedagogia adotada na escola inclusiva deve ser a pedagogia voltada à criança como um todo. “A escola deve buscar refletir sobre sua prática, questionar seu projeto pedagógico e verificar se ele está voltado para diversidade”

 Gil (1997) :
“É importante que o professor e toda a comunidade escolar (diretor, funcionários, alunos) se lembrem de que todo aluno pode, a seu modo e respeitando seu tempo, beneficiar-se de programas educacionais, desde que tenha oportunidades adequadas para desenvolver sua potencialidade”.


Na primeira semana de aula senti que a Amanda estava voltando sempre nervosa, quando estava chegando no final da semana a Professora me explicou que a sala inteira era nova , e estava em adaptação,  a Amanda não gosta de choro e nem de gritos, ela estava nervosa porque algumas crianças estavam chorando na adaptação.

Passada a primeira semana, tudo se resolveu ! Escola nova, sem chupeta, dormindo na mini cama . Queria tirar a fralda também, mas a professora me pediu para aguardar até setembro, era muito mudança para a Amanda.

Na hora do lanche ela tem que se virar, pega a lancheira abre arruma na mesa a professora ajuda a abrir e ela lancha sozinha !!!     

Estamos gostando muito da Escola temos reuniões a cada dois meses, a Águida  realiza um trabalho junto com a escola, trocam figurinhas, para que o trabalho com a Amanda seja integrado. 

A Amanda está adorando a escola, os amigos são muito carinhos e a ajudam quando ela precisa. Todos da Escola já a conhecem, e ela adora os maiores. A Professora Claudinha já foi Tutora e hoje é a Regente da Turma da Amanda.

Estamos muito satisfeitos com o Colégio Integral e esperamos que tudo de certo!!!

Obrigada   !!!               Beijos  Simone Santiago Marques 

sexta-feira, 13 de junho de 2014

A Procura da nova Escola Regular



Quando nossas crianças atingem a idade escolar é que começamos a perceber o quanto o mundo pode ser cruel com o que é diferente dos padrões estabelecidos. Ao procurar uma escola para nossos filhos buscamos o que há de melhor e várias escolas que possuem um discurso de inclusão, de que ser diferente é ser normal porém a realidade é mais difícil pois para eles o aceitar uma criança down significa colocar em uma sala, ou unidade com outras crianças "fora do padrão" e apresentar um discurso de que fazemos inclusão. 

A Luciane Santos Ribeiro postou a seguinte mensagem "Se escolher a escola regular tem que ficar em cima e prestar atenção se realmente a criança está sendo respeitada, porque se for só para ter o nome na escola regular, com uma carteira e cadeira pra sentar ninguém merece".

A Amanda ficou dois anos na Escola Meu Futuro, apesar de não terem experiência na alfabetização de crianças com Down, a boa vontade prevaleceu neste caso, tentavam superar as dificuldades.

Nossa casa ficou pronta, o novo bairro ficava exatamente do outro lado da Cidade, achei que não seria necessário mudar de escola. Mas o trânsito nos venceu!! Isso aconteceu em Maio de 2013.

Agora precisava urgente de uma nova escola. Em uma palestra da REVIVER DOWN, o Colégio Integral estava presente e na época fiquei bem interessada na proposta deles. 

O Colégio Integral fica bem próximo a minha casa, liguei e perguntei se tinham vaga para o Jardim II, não tinham. Mas me convidaram para realizar uma entrevista e me pediram para levar a Amanda também.

Comecei então a ligar para as Escolas próximas a minha Casa, as que tinham vaga, não tinham experiência e nem vontade de receber a Amanda!  A transferência de unidade para a Camila  foi imediata, iria iniciar na segunda semana de Maio, eu tinha então uma semana!! Que desespero!! Já havia ligado para pelos menos sete escolas e não senti reciprocidade em nenhuma delas.

Aprendi, em todas as escolas que liguei, primeiro informava que minha filha era Down, e depois perguntava se a escola estava preparada para recebê-la. Achava melhor fazer assim, do que ficar chateada depois!!!   Não tem nada mais desagradável do que sentir que tudo muda quanto a real situação é exposta!

Ao passar ao lado da Escola Momentos Mágicos decidi ligar com outra abordagem . 

  1. Tem vaga, resposta positiva.
  2. Pedi para falar com a Coordenadora, me atendeu prontamente. 
  3. Experiência com crianças Down, resposta negativa.
  4. Poderia levar a Amanda para fazer um teste, sem compromisso, já que tinham vaga, resposta positiva.
Lá fomos nós, deixei bem claro que a Amanda ficaria somente até Dezembro, pois a partir de 2014 ela iria estudar no Colégio Integral, o combinado era se a professora aceitasse o desafio, a matricula poderia ser feita.

Ao chegar na escola as crianças do jardim II estavam no parque, ao ver a Professora a Amanda se apaixonou e a recíproca foi verdadeira !!!  O combinado então prevaleceu, a  Professora Fernanda aceitou o desafio e se superou , o carinho e atenção que a Amanda recebeu na Momentos Mágicos foi especial, Fernanda Galves Milani era a Professora regente e a Bruna Kott a Professora assistente. No final do Post vou postar o vídeo da Amanda dançando na festa de final de ano. Incansáveis e atenciosas !!

A Amanda tem uma carisma que encanta a todos é carinhosa e está sempre feliz !! 

A Amanda é uma excelente professora, com ela aprendi que devemos escolher nossas brigas. Não adianta brigarmos em escolas que dizem fazer a inclusão e indicam uma unidade isolada.  

Outra coisa que aprendi é que a dificuldade em aceitar alguém diferente é sempre dos adultos, seja consciente ou inconsciente. Em todas as escolas as crianças com seu coração puro e a visão sem preconceito faz com que a Amanda sempre seja aceita e muito bem cuidada por todos os amiguinhos da escola. Quando vamos buscá-la sentimos o carinho que todas as crianças tem para com ela. Um dos objetivos que temos e optamos por colocar em uma escola regular é que todos aprendam a conviver com as diferenças e então teremos uma geração que aceita as diferenças e assim espero que tenhamos um mundo melhor.

Para assistir o vídeo da Artista Amanda, acesse aqui 


Bom final de semana !    Beijos  Simone Santiago Marques






quarta-feira, 11 de junho de 2014

Hora da Decisão : Escola Especial X Escola Regular






Ao final do segundo ano no Cedae- Apae, a Amanda tinha começado a andar.

A partir do momento que a criança começa a andar ela passa a fazer parte da primeira  turma ofertada pela Apae com horários de manhã ou a tarde.

 Precisávamos decidir o que fazer para o próximo ano, matricularíamos a Amanda em uma escola regular ou ela permaneceria na Apae.

O que nós ajudou muito a escolher foi a conversa que tivemos na Apae com a  Roselei Straub e a Pedagoga, comentei com elas que a minha filha mais velha Camila  tinha estudado na escola meu Futuro desde os 4 meses e meio. Era uma escola pequena e acolhedora. Decidimos então em conjunto com a Apae tentar a escola regular, caso tivéssemos dificuldades as portas da Apae estariam abertas para nosso retorno.

Ao prestar atenção nas crianças pequenas, verificamos que elas aprendem por imitação, essa, foi uma das razões que decidimos pela escola regular. Encontrei na Internet um pesquisador que fala sobre isso: 

André Meltzoff é graduado na Universidade de Harvard e obteve seu Doutorado em Psicologia na Universidade de Oxford. Internacionalmente, é reconhecido por suas pesquisas sobre o desenvolvimento cognito, social e emocional de bebês e crianças pequenas. Atualmente é Co-Diretor do Instituto para Ciências do Cérebro e da Aprendizagem, da Universidade de Washington

Aprendizagem por Imitação. André Meltzoff afirma que o período de 0 a 5 anos é crítico para aprender. Os bebês são cientistas no berço, descobrindo o mundo.
De zero a 5 anos: As novas pesquisas e descobertas ressaltam a relevância desta etapa da vida e ela impacta tanto a Ciência como a Prática da Aprendizagem.
  • Os Pais como Modelos. Há muito se sabe que os pais são modelos para os filhos adolescentes. Porém, as investigações mais atuais confirmam que os pais são modelos vivos para os filhos, desde o momento do nascimento.  Observar cuidadosamente o que os adultos fazem, na cultura a sua volta, é um dos primeiros canais que as crianças têm para aprender.
Esta aprendizagem por imitação, baseada na conexão social com outro, começa praticamente ao nascer.  Estudos sobre memória pré-verbal mostram que os bebês desenvolvem os dois sistemas: tanto o reconhecer como o lembrar. No começo reconhece faces, mas não lembra o nome. 
  • Os Colegas como Modelos. Estudando os bebês, Meltzoff descobriu que eles imitam as ações que viram um coleguinha  realizar e que podem lembrar estas ações e repeti-las um dia depois.  Os colegüinhas realmente exercem influência significativa.
  • A Televisão como Modelo.  os bebês repetem no mundo real o que viram na telinha.

Antes de conversar na Apae, fomos até a escola e conversamos com as proprietárias  As donas são três irmãs muito dedicadas, a escola é pequena e a Amanda teria toda a atenção. No maternal na época tinham 5 crianças.

A escola não tinha nenhuma experiência com crianças Down, mas tinham estudando no momento um aluno autista e  uma criança com perda auditiva severa.

 O que vejo de mais importante na escolha da escola é a boa vontade em aprender junto com a gente! Ninguém tem uma fórmula mágica, dizendo é assim !!! O legal é que elas não tinham medo de errar, não deu certo dessa forma, voltamos e tentamos de outra.

A Amanda amava ir a escola, conhecia todos e todos a conheciam, inclusive dançava nas festas de final de ano. A Amanda estudou lá por dois anos, na metade do ano passado nossa casa ficou pronta e nosso novo bairro era exatamente do outro lado da cidade!!! Não aguentamos o trânsito, no próximo post vou contar a dificuldade de encontrar uma nova escola para a Amanda.

As APAEs são essenciais para o desenvolvimento da criança especial. Infelizmente, não recebem a atenção necessária para prover uma estrutura e organização adequada para todos os seus alunos. O recurso público, como sempre, é um impasse que atrasa a vida das crianças que dependem dessa ajuda e dos profissionais que têm que se virar pra fazer seu trabalho com aquilo que têm ao alcance.

Muitas crianças frequentam, simultaneamente, a APAE e a escola regular, conversei com mães que fizeram essa opção e para elas era excelente, o importante é decidir em conjunto, o que é melhor para um as vezes não é a melhor opção para o outro.

A escola é um dos ambientes de desenvolvimento social mais importantes da vida da criança. É onde ela vai criar os primeiros círculos de amizade e aprender a conviver em grupo. Por isso a escolha da escola é uma decisão  difícil !!!

Obrigada  Beijos  Simone Santiago Marques



domingo, 8 de junho de 2014

Natação - Cedae Apae



Hoje vamos falar sobre a última terapia que realizávamos no Cedae Apae,  a Natação. A Amanda começou a realizar as aulas de natação, somente no último ano.

Como a resistência dela era sempre baixa, e Curitiba o tempo é instável, esperamos ela crescer um pouco para iniciarmos essa Terapia.

A Piscina era aquecida, a duração da aula é de 30 min.

A Natação  é considerada como um dos esportes mais completos, e estimula a coordenação motora aquática,  fundamental ao progresso de crianças portadoras da síndrome de Down.

Nas aulas, a Terapeuta iniciava com relaxamento , fazendo a Amanda se movimentar boiando de um lado depois para o outro, trabalhando a lateralidade.

Após esse primeiro momento elas brincavam de pegar os brinquedos na água, estimulando a coordenação motora.

A Amanda gostava muito das aulas, na hora de sair as vezes chorava.

A realização da natação para os bebês  o ideal é que seja trabalhado a natação com psicomotricidade,
buscando trabalhar o equilíbrio, lateralidade, coordenação motora .


Os efeitos benéficos da natação são muitos sendo eles:

  • Aumento da amplitude de movimento;
  • Fortalecimento e aumento da resistência muscular;
  • Melhoria no equilíbrio
  • Relaxamento das estruturas  de sustentação (coluna vertebral)
  • Melhoria da postura;
  • Orientação com relação ao espaço,  
  • Aumento do metabolismo, 
  • Fortalecimento da musculatura cardíaca,
  • Aumento do volume do coração e uma consequente melhoria no sistema circulatório
  • Fortalecimento dos músculos respiratórios,melhora a capacidade respiratória  
Na equipe brasileira de natação de pessoas com deficiência intelectual, se destaca a nadadora Kelly Antunes, de 30 anos, a atleta possui vários títulos e mais de 200 medalhas conquistados em 20 anos de carreira.

A carreira começou aos 10 anos quando Kelly passou a competir em pequenos campeonatos. Aos poucos, as conquistas e títulos classificaram a atleta para disputar grandes provas e participar de competições nacionais e internacionais, na América do Sul e até na Europa.

A classificação para disputar o campeonato mundial foi conquistada no ano de 2012, em um torneio em Portugal. Kelly voltou para o Brasil com seis medalhas de ouro e a vaga para a disputa  na Itália.

Devemos sempre lembrar que eles vão mais devagar, mas nem por isso deixarão de  alcançar seus objetivos  !!!!

Obrigada   Beijos   Simone Santiago Marques





sexta-feira, 6 de junho de 2014

Fonoaudiologia - Cedae Apae



Hoje vamos falar sobre a Fonoaudiologia , a Terapia era realizada uma vez por semana no início , depois conseguimos mais um horário e passamos a ter dois atendimentos por semana, com a duração de 30 min.
 
A Profissional que nós atendia era a Águida Roberta de Camargo Sorano , o início da terapia nos bebês começa na prática do uso dos lábios, língua e músculos envolvidos na produção da fala.
 
A Amanda era incentivada a prestar atenção nos diferentes tipos de som e barulhos.
 
Após aprendeu a estalar a língua imitando o trote do cavalo, vibrar os lábios imitando o barulho do carro, jogar beijo fazendo bico com os lábios, assoprar.
 

A Amanda começou na mamadeira ainda na UTI, eu só tinha leite em um seio, então era necessário uma complementação. A Águida me explicou que os órgãos que usamos para comer são os mesmos que usamos para falar: lábios, língua, dentes, palato, etc.
 
 Por isso, a alimentação tem um papel importante no desenvolvimento da fala. Através dela podemos exercitar e estimular a musculatura da boca e da face.
 
 Assim, desde quando o bebê suga o seio materno ou a mamadeira (com furo pequeno no bico ortodôntico) os músculos estão sendo exercitados para a fala. O bico ortodôntico é o ideal, pois permite que o aleitamento artificial (mamadeira) fique mais parecido com aleitamento natural (seio) em relação ao formato do bico e força de sucção,  ou seja, a força que o bebê precisa fazer para sugar o leite. O bebê precisa fazer força para exercitar a musculatura.
Variávamos bastante a alimentação quanto à textura, sabor e temperatura. Quando chegou a época de introduzir a papinha, ao invés de bater os legumes no liquidificador, passávamos por uma peneira fina.
  Antes de aparecerem os primeiros dentes, oferecíamos primeiro na terapia  bolacha, banana e frutinhas raspadas e depois continuávamos em casa (a Águida me ensinou como deveria oferecer, qual o posicionamento da colher na língua).
 
Ao dar o alimento para a Amanda, eu usava uma colher pequena e pressionava a ponta da língua para baixo e para trás (a colher deve entrar sempre de frente) e fazia com que a Amanda tirasse o alimento da colher com o lábio superior.

Por volta dos oito meses, começamos a oferecer a sopa no início  mais  liquida e devagar introduzimos pequenos pedaços primeiro amassados e depois em pequenos pedaços .
 
Introduzimos o canudinho, levava o suquinho descartávamos um pouco do liquido e oferecíamos para a Amanda, no início  mordia o canudo, depois foi cada vez mordendo menos e agora quase não morde. Esse é um bom exercício para a musculatura da boca e face.
 

Aos poucos, fomos tirando a mamadeira e introduzimos o uso de copo com bico.
 
Devagar fomos deixando a Amanda  usar a colher sozinha, ajudando-a apenas no movimento de pegar o alimento do prato e levá-lo à boca. Ela  derruba os alimentos da colher, mas deixo ela  tentar.
 
Estou "tentando" diminuir a ajuda gradativamente ( para mim é difícil, pois acabo tratando as minhas filhas como meus Bebês , mas como falo para a Águida . Eu vou conseguir !!! )
 
 Agora a Amanda come alimentos mais duros como carne (bife) ou cenoura pouco cozida, para exercitar a mordida e a mastigação.  Devemos estimular a lateralização da mastigação, colocando pedaços de alimentos consistentes entre os dentes laterais e estimular a mastigação do lado direito e esquerdo, um de cada vez.
 
Após a terapia da Apae, realizamos acompanhamento com outros profissionais e faz dois anos que a Águida nós atende em domicilio,  a Amanda agora está aprendendo a tomar no copo e já conhece as cores, números , animais e está começando a juntar duas palavras : Não quero !!!  De Novo !!!
 
Nas Terapias a Aguida utiliza muitos livrinhos com figuras e muita música, a Amanda ama ! Ela chega a Amanda pega a sua mão e a leva até o quarto.
 
A Camila participa de algumas terapias e adora, não pode ser sempre pois acaba tirando a atenção da Amanda.
 
A maiores dificuldades na fala são:
 
■ Hipotonia: a flacidez dos músculos faz com que haja um desequilíbrio de força nos músculos da boca e face, ocasionando alterações na arcada dentária, projeção do maxilar inferior e posição inadequada da língua e lábios – com a boca aberta e a língua para fora. A criança respira pela boca, o que acaba alterando a forma do palato (céu da boca). Esses fatores, dentre outros, fazem com que os movimentos fiquem mal coordenados e a articulação dos fonemas fique imprecisa e prejudicada.
■ Suscetibilidade às infecções respiratórias: essas infecções levam a criança a respirar pela boca, aumentando a dificuldade para articular os sons.
■ Dificuldade de memorização de sequência de movimentos: a dificuldade para aprender sequência de movimentos faz com que as crianças com Síndrome de Down pronunciem a mesma palavra de vários modos diferentes. Cada vez que dizem uma palavra é como se a estivesse falando pela primeira vez.
 
 Gostaria de agradecer a Águida sempre incansável e atenciosa ! Obrigada Maravilhosa profissional e amiga !!
 
Beijos pessoal !    Simone Santiago Marques
 
 

quarta-feira, 4 de junho de 2014

Fisioterapia -Cedae Apae

 
 
Hoje vamos falar sobre  a Terapia de Fisioterapia. Realizávamos duas vezes por semana na Apae e duas vezes na Fisiclin ( Clínica Particular através da Unimed).
 
A Terapia realizada no Cedae- Apae tinha duração de 30 min. A fisioterapeuta utilizava brinquedos coloridos para chamar a atenção da Amanda, fazendo-a rolar até pegar o brinquedo e utilizávamos também a bola suíça, o rolo, o espelho que ela ama , aproveitávamos para aprender e fazer em casa .
 
Sentávamos em frente ao espelho é ali a Amanda começava a explorar!! Devagar foi firmando a cabecinha, depois sentando, engatinhando até andar. O Processo é lento, e devemos ter paciência, cada etapa vencida é uma vitória!! 
 
Como os Bebês tem hipotonia, a terapia que deve ser realizada nos primeiros anos de vida com mais intensidade é a Fisioterapia, por isso decidimos procurar uma profissional para acompanhamento também fora da Apae. 
 
Na Fisiclin a Técnica era praticamente  a mesma, o que diferenciava era a malha que ficava presa no teto como um balanço, a Amanda era colocada dentro e os movimentos eram realizados. A Fisioterapeuta da Fisiclin se chama Isamar , ela é especialista em várias Síndromes.  Com a Isamar conheci a Cadeirinha Bumbo que já falamos em outro Post.
 
O brincar é a função básica da criança, pois, brincando ela explora, descobre, aprende, apreende o mundo a sua volta e que numa situação de limitações patológicas, toda sua rotina de vida é modificada.

Com o brincar  a criança se adapta ao ambiente ou adapta o ambiente à sua vontade, e pode ser realizado por vários métodos, como por exemplo, pela exploração, repetição, reprodução ou transformação.
 
Abaixo, segue explicação sobre a Fisioterapia; 
 
O principal objetivo da fisioterapia é criar condições para explorar o potencial motor da criança, direcionando-a nas sucessivas etapas do desenvolvimento motor e auxiliá-la na aquisição de padrões essenciais e fundamentais do desenvolvimento, preparando-a para uma atividade motora subseqüente mais complexa.
 
O objetivo da fisioterapia não é tentar igualar o desenvolvimento neuropsicomotor da criança com síndrome de Down ao de uma criança comum nem exigir da criança além do que ela é capaz, mas auxiliá-la a alcançar as etapas desse desenvolvimento da forma mais adequada possível, buscando a funcionalidade na realização das atividades diárias e na resolução de problemas.
 
A estimulação bem estruturada pode promover o desenvolvimento da criança, minimizando suas dificuldades e evidenciando a possibilidade de melhores respostas à experiência e adaptação a condições mutantes e a estímulos repetidos. A estimulação adequada torna consciente pra a criança os gestos da vida diária.
 
Os primeiros meses de vida são fundamentais para a estruturação de nossas potencialidades: as primeiras expressões do bebê são essencialmente motoras grande variedade de pequenos movimentos que fazem parte de um sistema complexo e organizado que irá influenciar no seu bem-estar, presente e futuro. Os primeiros movimentos são reflexos, porém, durante o seu desenvolvimento, a criança os refinará e os tornará mais precisos, reunindo todas as sensações motoras para chegar a gestos globais, tais como erguer a cabeça, sentar-se e ficar em pé.
 
É importante ressaltar que cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, que deve ser percebido e respeitado.  O  importante é respeitar a individualidade da criança e determinar a linha de tratamento a partir disso.
 
O Conceito Bobath, é indicado para o tratamento na Síndrome de Down, por estar de acordo com o objetivo proposto para o atendimento destas crianças, possibilitando o desenvolvimento da integração motora em níveis superiores ,aproveitando-se da plasticidade neuronal. Sua abordagem enfoca a aquisição de habilidades funcionais conseguidas pelo aprendizado motor, utilizando materiais específicos como: bolas, rolos, colchonetes e brinquedos coloridos e sonoros.
 
Obrigada   Simone Santiago Marques
 
 

domingo, 1 de junho de 2014

Musicalização



No Cedae - Apae a Musicalização faz parte das Terapias ofertadas. A duração era de 30 min e realizávamos uma vez por semana.
 
A Amanda adora música, canta e dança sempre que pode, é claro que temos que dançar junto!!
 
 A música faz parte da vida de todos nós: o pulso e o ritmo são encontrados em nosso batimento cardíaco, em nossa respiração e em nosso movimento.
 
 A melodia é criada em nossa risada, choro, grito ou canto. Toda a nossa gama de emoções pode ser manifestada dentro dos ritmos e das harmonias de diferentes estilos musicais.
 
O cérebro funciona como um todo e sempre que estivermos estimulando uma área específica afetaremos toda a função cerebral; daí a grande importância da estimulação.
 
Antes mesmo de nascer, os bebês já são ouvintes competentes e sofisticados. Evidências demonstram que o feto escuta música e exibe comportamentos diferenciados em consequência dos tipos de música que ouve.  É neste período que as mães sentem, por exemplo, pequenos chutes na barriga como se o feto respondesse aos sons externos. A estes sons somam-se ainda os sons internos do útero, transformando este órgão em um ambiente acústico estimulante para o feto. Ao nascer os bebês são sensíveis à altura e à intensidade dos sons, são muito atentos ao som da fala, reconhecem e preferem a voz materna à outra voz feminina.
 
A partir dos seis meses de idade, os bebês demonstram preferir ouvir sons agudos ao invés de sons graves, são capazes de diferenciar timbres e ritmos.
 
Na Musicoterapia no Cedae -Apae, a estimulação é realizada pela profissional Selma Caetano, com muita paciência e carinho, cativa as crianças e as Mães.

 O início no trabalho com os sons guturais, ou seja, aqueles produzidos pela garganta. Estimulando a criança a produzir diferentes tipos de sons através da vibração da sua própria voz.
 
O fazer musical ajuda a criança com SD a se comunicar sem a necessidade de usar a linguagem verbal.  A Terapeuta utiliza os elementos como a pulsação, o ritmo, a melodia, ajudando a criança a processar positivamente os sentimentos que tem sobre elas mesmas, além de exigir respostas passivas e ativas, manipulação física, interação social, reações emocionais e habilidades cognitivas. 
 
A música oferece oportunidades de auto-expressão, auto-estima e autocontrole.
 
A percepção tátil e visual também era estimulada, a Amanda  manipulava os instrumentos musicais, feitos por materiais variados, como metal, madeira, papel, palha e plástico, que além de emitirem sons específicos, possuem cores, temperaturas e texturas diferentes a serem exploradas.
 
O desenvolvimento da linguagem e do gestual era feito por meio de canções. O estímulo do canto é uma maneira de desenvolver a linguagem, a afinação, a emissão vocal e a percepção auditiva.
 
 
Sons diferentes eram introduzidos para exercitar a atenção da Amanda, fazendo com que ela repetisse alguns desses sons. Começou a perceber os sons vindos de longe, e a Terapeuta nos incentivou a chamar a atenção da Amanda despertando seu interesse com imitações do cachorro o " au-au", do passarinho o "Piu-Piu", para ajudar na articulação da fala. A audição começa a se apurar e os lábios começam a querer trabalhar.
 
Utilizávamos também a variação de ritmo, usando batidas fortes e fracas, rápidas e lentas no tambor e ela imitada o ritmo das batidas.
As canções infantis, eram usadas, em andamento lento, com as palavras bem articuladas, para que fossem bem compreendidas. Este tipo de música geralmente atrai as crianças, estimulando a sua atenção.
 
Também era estimulada a experimentar diferentes tipos de sons, como vibrações dos instrumentos e a voz da terapeuta, pondo a sua mão na garganta e também no peito enquanto a Terapeuta falava ou cantava. Colocava a  mão sobre o instrumento para que o experimente, trabalhando, assim, a coordenação e a percepção dos materiais. Explore a temperatura dos instrumentos de metal, de madeira, de palha, de plástico.
 
Papéis que produzem som, como os que embalam ovos de Páscoa, bem coloridos, dão bons brinquedos sonoros, a Amanda  adora o colorido e os sons que fazem estimulam a expressão.
 
O  Musicoterapeuta faz com que as crianças  se expresse através da música, corporalmente, sonoramente e pelas canções de sua preferência; trabalham as palavras da letra dessas canções cantar, dançar e tocar um instrumento possibilita desenvolver a fala, os sentidos e a expressão corporal.
 
 São diversos os benefícios :

• Benefícios emocionais: por meio do canto materno, a música pode fornecer ao indivíduo um senso de tranquilidade e proteção.
 
 • Benefícios culturais: as experiências musicais contam a nossa história, quem fomos, somos e seremos.
 
• Benefícios auditivo-educacionais: a música é uma forma de conhecimento: enriquecer a percepção  sonora e educar o ouvido propicia uma base musical sólida para os futuros ouvintes.
 
• A valorização da autoestima, uma vez que aos indivíduos é permitido realizar as atividades em seu próprio ritmo
 
• O desenvolvimento das capacidades motoras, da força muscular e da fala, que podem ser alcançados por meio de atividades musicais que contenham movimentos e palavras.
 
• O desenvolvimento de todas as facetas da audição, como, por exemplo, a sensibilização ao som, a audição sequencial e a memória.
 
• O estímulo total do cérebro. Tanto o lado direito (afetivo) quanto o esquerdo ( lógico), são, igualmente , estimulados durante um programa ativo em música.
 
 
As terapias do Cedae - Apae são excelentes para a estimulação precoce dos Bebês, aprendemos como estimular em casa também para que o processo tenha continuidade.
 
Somos muito gratos a todos os profissionais do Cedae-Apae, com certeza eles fazem a diferença !!!
 

Beijos   Simone Santiago Marques