quarta-feira, 31 de agosto de 2016

O acréscimo de 25% para cuidador não se estende ao LOAS/BPC


Muitas pessoas estão com dúvidas sobre esse acréscimo de 25% , achei essa matéria bem interessante e compartilho com vocês !
O adicional de 25% para beneficiários que se aposentaram por invalidez (artigo 45 da Lei nº 8.213/91) é cabível a quem se aposenta por idade. O acréscimo de 25% é destinado aos segurados que necessitam de assistência permanente de outra pessoa.
Em nosso entendimento, por analogia e isonomia, é também aplicado a aposentados especiais, por tempo de contribuição e pensões, ou seja, todos aposentados pelo Regime Geral, que necessitam da ajuda de terceiros em razão de deficiência podem pleitear o acréscimo de 1/4.
Com relação ao benefício de prestação continuada (LOAS), temos entendimento contrário, entendendo que não se estende a este, pois os 25% são para benefícios do RGPS e o BPC é assistencial, onde o INSS apenas administra o pagamento.
A extensão de ¼ leva em consideração que existiram contribuições a Autarquia e o benefício se reverte em favor do segurado que necessita de cuidador. No caso do BPC (LOAS) não há qualquer contribuição. A extensão se aplica aos segurados do Regime Geral da Previdência Social, e estender a outros benefícios não seria uma questão de isonomia.
A tese foi fixada pela Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, durante o julgamento do recurso de uma segurada de Sergipe (processo 0501066-93.2014.4.05.8502).
A segurada, neste processo, se aposentou por idade e começou a receber seu benefício do INSS em julho de 2000. Quase dez anos depois, a segurada sofreu um Acidente Vascular Cerebral, que a teria deixado com sequelas irreversíveis e a tornaram incapaz. No processo, ela alegou que necessita tomar remédios de forma contínua e realizar sessões de fisioterapia. Além disso demonstrou que, por morar sozinha e acometida de doença grave, demanda o auxílio diário de outras pessoas.
A aposentada havia perdido em primeira e segunda instâncias. Porém em seu recurso à TNU, a segurada apresentou como paradigma de divergência desse entendimento um acórdão da 1ª Turma Recursal de Santa Catarina, que concedeu o adicional em questão ainda que a parte autora do caso fosse titular de aposentadoria por tempo de contribuição. Para o relator do processo na Turma Nacional, a controvérsia se deu no cabimento da extensão do adicional previsto na lei para segurados que não se aposentaram por invalidez.
O relator se norteou no princípio da isonomia, onde ao analisar a norma concluiu que o percentual, na verdade, é um adicional previsto para assistir aqueles que necessitam de auxílio de outra pessoa, não importando se a invalidez é decorrente de fato anterior ou posterior à aposentadoria.
Na fundamentação de seu voto citou que o Estado brasileiro é participante da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Segundo ele, a convenção tem por propósito “promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o respeito pela sua dignidade inerente”. Acrescentou “O seu objetivo é dar cobertura econômica ao auxílio de um terceiro contratado ou familiar para apoiar o segurado nos atos diários que necessitem de guarida, quando sua condição de saúde não suportar a realização de forma autônoma”.
Nesse sentido, o juiz federal Sérgio Murilo Wanderley Queiroga votou pela concessão do adicional de 25% se comprovada a incapacidade total e definitiva do segurado e a necessidade de contar com a assistência permanente de outra pessoa. Após pedir vistas do processo, o juiz federal José Henrique Guaracy Rebelo, votou por acompanhar integralmente os fundamentos do relator:
“Ora, se ambos os segurados aposentados apresentam as mesmas condições (invalidez e necessidade de ajuda de terceiros) a isonomia se faz presente quando se defere o benefício a ambos os grupos”.
O pedido deve primeiramente ser pleiteado administrativamente, onde o INSS fará perícia no segurado e analisará o cabimento da majoração. Caso o direito seja indeferido poderá se socorrer da via judicial, onde o perito será do juízo e não o mesmo que realizou administrativamente.
Importante salientar que em concessões judiciais de aposentadoria por invalidez a TNU também decidiu, que o acréscimo de 25% na aposentadoria pode ser concedido, mesmo sem o pedido estar expresso na inicial. Para isso, é necessário que a perícia comprove que o segurado necessita de ajuda permanente de terceiros.
Sobre o acórdão: “Ainda que a autora não tenha requerido explicitamente o adicional de 25% na exordial, não há que se falar em decisão extra petita, pois diagnosticado pelo perito judicial a necessidade de auxílio de terceiros, a autora faz jus ao mencionado adicional, que possui natureza acessória do benefício previdenciário, constituindo pedido implícito ao pedido de aposentadoria por invalidez...
...não há razões jurídicas que possam impedir a concessão do adicional de 25% quando o segurado comprova a necessidade de acompanhamento permanente de terceiros. Acrescente-se, ainda, que as doenças que geram incapacidade para o trabalho e a vida civil, podem ser agravadas no tempo decorrido entre a data do pedido administrativo e a data da realização da perícia judicial, ocasião em que o perito pode concluir que o segurado teve sua condição física agravada a ponto de necessitar de auxílio permanente de terceiros para a realização de atividades do cotidiano”.
Diante do exposto nosso entendimento é que o acréscimo de ¼ no benefício mensal se aplica a todos aposentados do Regime Geral, que não pode ser estendido ao benefício assistencial e nos pedidos de aposentadoria por invalidez este pode ser determinado mesmo que o segurado não requeira expressamente, pois não existe desrespeito ao contraditório ou à ampla defesa, uma vez que o INSS tem ciência da prova produzida e dos atos do processo.
*João Badari, sócio do escritório Aith, Badari e Luchin Sociedade de Advogados  Fonte
Beijos  Simone Santiago Marques

domingo, 28 de agosto de 2016

Esclarecendo dúvidas sobre Aposentadoria- Síndrome de Down

No Post de hoje vamos falar sobre a  aposentadoria para pessoas portadoras de  deficiência seguradas pelo INSS.
Esse benefício foi aprovado pela Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013, que incluiu novas regras referente à redução do tempo de contribuição para a concessão de Aposentadoria por Tempo de Contribuição da Pessoa com Deficiência.
 " É considerada pessoa com deficiência, nos termos da referida Lei Complementar, aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que, em interação com diversas barreiras, impossibilitem que a pessoa participe de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas que não possuem tal impedimento. "
Abaixo tabela de Tempo Contribuição da Pessoa com Deficiência, anos de contribuição:
  • Grave                                 25 anos                              20  anos
  • Moderada                          29 anos                               24 anos
  • Leve                                  33 anos                               28 anos
O tempo mínimo de contribuição é de 15 anos ou seja , carência de 180 meses de contribuição.
A idade mínima para iniciar a contribuição ao INSS através de carnê é de 16 anos.
A Perícia Médica é realizada pela própria INSS, será definida a deficiência e o grau, que pode ser leve, moderada ou grave, conforme definido no art. 3º da LC nº 142/13.
" A comprovação da deficiência nos termos da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013, será embasada em documentos que subsidiem a avaliação médica e funcional, inclusive quanto ao seu grau, que será analisado por ocasião da primeira avaliação, vedada a prova exclusivamente testemunhal. "
A  revisão da Lei garante a continuidade do trabalho, caso o segurado se aposentar como deficiente queira  continuar trabalhando, ele pode.
Beijos   Simone Santiago Marques

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Servidor Federal com filho Down têm redução de carga horária


Uma vez comprovado que o filho de um servidor  precisa de assistência diuturna, ele faz jus à concessão de horário especial sem necessidade de compensação. O entendimento, pacificado na jurisprudência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, foi usado para garantir a uma servidora pública federal o direito de ter sua carga horária de trabalho reduzida de 40h para 20h semanais para cuidar de seu filho, portador da síndrome de Down. A decisão foi do desembargador federal Néviton Guedes.
Em primeira instância, o juiz condicionou a alteração do horário à redução proporcional de sua remuneração. Ele embasou a decisão no argumento de que a redução da jornada de trabalho sem a redução da remuneração não tem amparo legal.
Entretanto, ao recorrer ao TRF-1, a servidora afirmou ter comprovado no processo que seu filho, menor de idade, é pessoa com deficiência física e necessita de acompanhamento constante. Essa condição asseguraria o direito a obter redução da jornada laboral sem a redução da remuneração. Ela ampara seu pedido no princípio constitucional da dignidade da pessoa humana e proteção à família.
O Decreto Legislativo 186 aprovou a “Convenção sobre os direitos das pessoas com deficiência”, assinada em 30 de março de 2007 e ratificada pelo Brasil em agosto de 2008. O documento, entre outros pontos, destaca a preocupação com o respeito pelo lar e pela família e, sobretudo, da criança com deficiência, exigindo um padrão de vida e proteção social adequados. Os direitos assegurados pela Convenção passaram a gozar do status de direitos fundamentais, pois o documento equivale a uma emenda constitucional.
O artigo 98 da Lei 8.112/1990 concede horário especial para o servidor com deficiência física sem a necessidade de compensação. Entretanto, quanto ao servidor que tenha filho com deficiência física, a legislação autoriza o horário especial à condição de haver compensação de horário. Assim, o desembargador federal Néviton Guedes ressaltou a necessidade de questionar se a Lei 8.112 ainda é compatível com o que estabelece a Convenção. “Esse regime diferenciado parece não atender ao escopo de diversas normas constitucionais e àquelas veiculadas na Convenção internacional sobre os direitos dos portadores de deficiência, à medida que confere tratamento menos abrangente ao portador de deficiência sob os cuidados do servidor do que ao servidor quando ele próprio é o portador da deficiência. Com isso, estabelece injustificável tratamento preferencial ao adulto com deficiência em relação à criança com deficiência”, afirmou.
O desembargador afirmou que a Lei 7.853/1989 já assegurava à servidora o direito requerido, pois garante a pessoas com deficiência, entre outros direitos, o tratamento prioritário da Administração Pública federal, ao estabelecer que esta mesma Administração conferirá aos assuntos relativos às pessoas com deficiência tratamento prioritário e apropriado, para que lhes seja efetivamente ensejado o pleno exercício de seus direitos individuais e sociais, bem como sua completa integração social.
Néviton Guedes entende que a redução de horário mediante compensação remuneratória seria uma resposta ainda mais prejudicial aos interesses da família da criança com deficiência e, certamente, não atenderia constitucional e legalmente aos objetivos traçados, seja na Lei 9.853/1989, seja na Convenção ou na Constituição Federal. “A criança portadora de síndrome de Down necessita de cuidados especializados que lhe permitam desenvolver, ao máximo, suas capacidades físicas e habilidades mentais. Obviamente, esse tratamento tem custo elevado, sendo inviável impor à recorrente redução de seus rendimentos, considerando que tal ônus poderia, até mesmo, inviabilizar a continuidade desse tratamento”, concluiu o desembargador. Ele concedeu à servidora a redução de horário para 20h semanais, sem compensação de horário ou redução remuneratória. Com informações da Assessoria de Imprensa do TRF-1.
Processo 513163320134010000  Fonte

domingo, 21 de agosto de 2016

A incidência de TOC na síndrome de Down


Filho de imigrantes egípcios, Zan Mustacchi nasceu em Israel, onde viveu sua infância em meio a uma situação política delicada. Quando se mudou para o Brasil talvez não sonhasse em se tornar uma das principais referências quando o assunto é síndrome de Down. Médico geneticista e pediatra, ele fala com carinho especial das crianças que nascem com essa alteração cromossômica. Defende o máximo de autonomia possível e desfaz, com ênfase, alguns mitos a respeito da síndrome.
Entre eles, a falsa afirmação de que as pessoas com Down não conseguem aprender. “Pois é justamente o contrário. Elas aprendem muito bem, mas têm grandes dificuldades em esquecer o que aprendem. Costumo dizer que aprendem e não desaprendem. Isso pode se tornar um problema, pois se aprenderem errado terão dificuldade em esquecer. Essa questão explica por que há grande incidência de TOC (transtorno obsessivo compulsivo)”, explica, ressaltando que elas assimilam e criam uma rotina em cima desse aprendizado, transformando a ação num processo repetitivo.
Entre outros títulos e atividades, Mustacchi é doutor e mestre pela Universidade de São Paulo; vice-presidente do Departamento Científico de Genética da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP); responsável pelo Ambulatório de Genética do Hospital Infantil Darcy Vargas (HI DV); diretor clínico do Centro de Estudos e Pesquisas Clínicas de São Paulo (Cepec-SP); membro da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down (FBASD); do Departamento Científico da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e do Down Syndrome Medical Interest Group (DSMIG), além de presidente do Instituto Ibero-Americano de Pesquisas e Diretrizes de Atenção à Síndrome de Down (IPDSD).
Por que surgiu seu interesse em se especializar no tema síndrome de Down?
Zan Mustacchi:
 Primeiramente, devo esclarecer que não há ninguém na minha família que tenha síndrome de Down. Meu interesse surgiu quando fazia residência pediátrica, há 38 anos. Certo dia eu pedi uma vaga na UTI para uma criança que tinha a síndrome. A resposta que recebi foi que não havia essa possibilidade, porque se tratava de uma criança mongoloide. Cuidei dentro das condições que tinha à disposição e, à noite, ela morreu. Depois disso, fiquei sabendo que, no momento em que ela precisava da vaga, havia dois leitos vazios na UTI . Ou seja, essa criança sequer teve a oportunidade e o direito de ser colocada na Unidade de Terapia Intensiva. Talvez não sobrevivesse, mas ela tinha o direito de ter a chance. Por isso, tenho convicção de que a situação das crianças com síndrome de Down só melhorou porque os pais passaram a exigir dos médicos um tratamento igual ou melhor do que o que existe para seus outros filhos.
O que caracteriza a síndrome de Down?
Mustacchi:
 A síndrome de Down se caracteriza por um comprometimento vinculado ao excesso de material cromossômico no cromossomo 21, que, em vez de dois cromossomos, passa a contar com três. Isso faz com que a pessoa manifeste três sinais clínicos que o diferenciam da população chamada comum: fenótipo que lembra muito os olhos oblíquos dos orientais (por isso, os pacientes eram chamados no passado de mongoloides, de forma pejorativa); hipotonia, ou seja, musculatura e ligamentos menos eficazes; comprometimento intelectual ao longo da vida, denominação que preferimos adotar no lugar de deficiência intelectual, como sugere a Organização Mundial da Saúde.
Houve o caso de um Down que sempre ia ao mesmo mercado. Invariavelmente, o caixa não tinha troco e dava em balas. Certo dia, ele juntou umas 50 balas, foi ao mercado e comprou um refrigerante. Na hora de pagar, quis dar as balas ao invés de dinheiro. Evidentemente, o funcionário não aceitou, mas ele não abriu mão
Do ponto de vista psicológico, que tipo de problemas surge nas crianças com essas características?
Mustacchi:
 São vários problemas, que podem se manifestar de inúmeras formas. Em termos físicos, temos instabilidades de quadril, nos joelhos, nas vértebras cervicais, problemas oftalmológicos prematuros. Em relação aos aspectos psicológicos, os Downs têm suas peculiaridades. Algumas pessoas acreditam erradamente que eles não conseguem aprender. Pois é justamente o contrário. Eles aprendem muito bem, mas têm grandes dificuldades em esquecer o que aprendem. Costumo dizer que aprendem e não desaprendem. Isso pode se tornar um problema, pois se aprenderem errado terão dificuldade em esquecer. Essa questão explica por que há incidência do TOC (transtorno obsessivo compulsivo), pois eles apendem e não desaprendem. Se ensinarem que ele deve sentar num determinado lugar em casa, ninguém mais poderá sentar ali, pois o lugar passa a ser dele. Se ensinarem que ele deve calçar os sapatos e as meias de um jeito, sempre fará igual. Outro aspecto relacionado à cognição diz respeito à genética. Todos nós recebemos de nossos pais pares cromossômicos, incluindo quem tem Down. Metade, cedido pelo pai, e metade, pela mãe. Se eu pedir para qualquer pessoa, independentemente de nacionalidade, hipoteticamente, para pintar as metades, a maioria diria que usaria o azul para os cromossomos do pai e o rosa para os da mãe, isso em função de informações que temos arquivadas no cérebro. O Down tem essa dificuldade (habilidade cognitiva) de dedução a partir de informações já existentes.
Pode citar um exemplo de como isso funciona na prática?
Mustacchi:
 Houve o caso de um Down que sempre ia ao mesmo mercado. Invariavelmente, o caixa não tinha troco e dava em balas. Certo dia, ele junto umas 50 balas, foi ao mercado e comprou um refrigerante. Na hora de pagar, quis dar as balas ao invés de dinheiro. Evidentemente, o funcionário não aceitou, mas ele não abriu mão. Houve uma grande confusão e tiveram de chamar a polícia. Conheço outro exemplo. Um Down morador de um flat pagava R$ 1 mil todo mês de aluguel. Numa determinada situação, ele pagou com um dia de atraso e foi cobrado um acréscimo de R$ 100,00. Ele disse que não daria, porque no mês anterior ele havia pago um dia adiantado e não ganhou desconto por isso. Outra confusão e a polícia foi chamada novamente. Normalmente, nessas situações, como eles têm imunidade jurídica, acabam conseguindo o que querem. Eles não aceitam fatos assim, ao contrário de nós, que “engolimos” esse tipo de coisa.
Muitas vezes, os pais de crianças que nascem com problemas genéticos, mais especificamente síndrome de Down, são tomados pela sensação de falha, de fracasso, de culpa. O que mostra sua experiência sobre a reação dos pais diante da notícia de que o filho tem a síndrome de Down?
Mustacchi:
 Invariavelmente, quando os pais recebem a notícia de que seu filho tem síndrome de Down entram numa espécie de falência emocional. Esse sentimento é justificado e deve ser suportado, compreendido e apoiado para que lentamente melhore. Isso ocorre em função do estigma que ainda persegue as pessoas com Down, somado à expectativa que os pais sempre têm de que seus filhos sejam melhores do que eles. São paradigmas que precisam ser rompidos para a aceitação. Todos esperamos ter um filho o mais perfeito possível, o mais inteligente e mais bonito, e desejamos a ele tudo aquilo que somos e muito mais. Quando nasce uma criança com qualquer disfunção, sobre a qual tenhamos estabelecido um conceito anterior de que é uma situação lesiva, o sentimento inicial é de perda, de luto. Perdemos o envolvimento com o futuro do nosso filho, e perder o futuro é um estado muito delicado.
Quando nasce uma criança com qualquer disfunção, sobre a qual tenhamos estabelecido um conceito anterior de que é uma situação lesiva, o sentimento inicial é de perda, de luto. Perdemos o envolvimento com o futuro do nosso filho, e perder o futuro é um estado muito delicado
Como evitar que essa sensação perdure nos pais? É necessário um acompanhamento psicológico permanente?
Mustacchi:
 Frequentemente, é necessário o acompanhamento de um profissional da saúde. Entretanto, se torna fundamental que seja um psicólogo que esteja habilitado para essas questões. Caso contrário, a condução do processo pode ocasionar erros gravíssimos, que podem gerar uma desorganização da estrutura familiar, o que acaba piorando o problema psicológico.
Emocionalmente, as crianças com Down são mais amorosas e despertam um intenso sentimento de carinho para com elas? São menos agressivas, como comumente se observa em algumas publicações? Existe algum estudo a respeito do assunto?
Mustacchi:
 Não existe nenhuma base científica que mostre que crianças com síndrome de Down são mais amorosas ou agressivas. Avaliações que apresentam esses argumentos são frutos de “pesquisas de corredores”, feitas por familiares ou associações que se dedicam ao tema. Sem dúvida, as crianças com Down são resultado do ambiente em que vivem. O que existe é a observação dos pais que enfatizam algumas alterações comportamentais nas crianças com Down, que não são nem mais carinhosas, nem mais agressivas, são como qualquer outra criança. Acontece que a atenção paterna ou materna é mais dirigida para aquele indivíduo a respeito do qual haviam estabelecido conceitos prévios sobre a falta de capacidade para fazer determinadas coisas e, consequentemente, passam a observar comportamentos e reações que não notaram nos outros filhos.
Não existe base científica que mostre que crianças com Down são mais amorosas ou agressivas. Avaliações que apresentam esses argumentos são frutos de “pesquisas de corredores”, feitas por familiares ou associações que se dedicam ao tema. Sem dúvida, as crianças com Down são resultado do ambiente em que vivem
Nos últimos 20 anos, o aumento da expectativa de vida das crianças com Down foi de 30 anos, o que é um número altíssimo num período curto. A que se deve essa mudança?
Mustacchi:
 É fato que nos últimos 10 anos foi registrado um aumento significativo da longevidade das pessoas, no geral. Contudo, nos últimos 20 anos, pessoas sem a síndrome tiveram um ganho de sobrevida de 10 anos, isto é, a expectativa de vida passou de 70 para 80 anos. Nesse mesmo período, a sobrevida na população com síndrome de Down foi de 25, 30 anos para 60 e até 70 anos, o que representa que essas pessoas ganharam 30 anos de sobrevida com qualidade. Isso se deve, como já disse anteriormente, ao suporte e às exigências familiares e à atenção médica, nutricional e preventiva no sentido de um cuidado mais adequado.
Procede a informação que o Down necessita de uma rotina para conviver melhor socialmente? Isso tem relação com essa questão da aprendizagem?
Mustacchi:
 A rotina, sem dúvida, favorece a vida da pessoa com síndrome de Down e tem relação direta com o TOC. O difícil é equilibrar essa rotina com a conduta social. Quando criança, ao aprender algo ensinado pelos pais, o garoto ouve que já é um mocinho. No entanto, quando pede alguma coisa inadequada para a idade, ele ouve que ainda é criança. O problema é que ele não admite que não é mocinho, pois foi o que escutou anteriormente. Então, ele fica bravo e pode até mesmo quebrar objetos e ter reações desse tipo, pois não sabe se expressar.
Embora não seja propriamente sua especialidade, em termos de processo de atendimento psicológico, existe uma abordagem que seja mais adequada para o Down ou cada caso deve ser avaliado de forma diferenciada?
Mustacchi:
 A princípio, cada caso é um caso e deve ser avaliado dentro de suas peculiaridades. No entanto, geralmente, a abordagem mais indicada é a comportamentalista, que como o próprio nome define é uma linha da Psicologia comportamental. Trata-se de um modelo de terapia que reforça as atitudes adequadas e ignora as que não são ideais. Deve ser aplicada por um profissional habilitado, no caso um psicólogo, pois o psicanalista não vai querer adotar essa linha de atuação. Existem outras abordagens, mas essa é a que funciona melhor com o Down. Sempre ressaltando que cada caso deve ser observado de uma maneira diferenciada.
Boa parte das pessoas com Down tem sobrepeso ou estão acima do peso. Isso se deve ao fato deles não terem a sensação de saciedade ao se alimentar? Essa característica é física ou psicológica?
Mustacchi:
 A primeira parte da afirmação está correta, pois a maioria das pessoas com Down tem sobrepeso. No entanto, o fato não está relacionado com a sensação de saciedade. Isso decorre de um distúrbio familiar. Explico: a sociedade impõe que nossa qualidade de vida evoque prazeres. Quais são eles? Leitura, cinema, teatro, esporte, sexo, comida, lazer social. E qual desses prazeres está ao alcance do Down com facilidade? A comida. Essa relação acaba criando um modelo facilitador para os pais conseguirem o que querem do filho, como se fosse uma barganha. Ele recebe o alimento e faz o que os pais pedem. Há outra explicação física que mostra que, por ter o intestino hipotônico e mais longo, o Down absorve mais o alimento. Além disso, por haver restrições nas atividades físicas, ele gasta menos e absorve mais.
Lucas Vasques é jornalista e escreveu esta publicação. Fonte
Beijos  Simone Santiago Marques

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Torta de Brócolis


No post de hoje uma receita prática e deliciosa, torta de brócolis, adoro !!!
Ingredientes Massa
  • 2 xícaras (chá) de farinha de trigo
  • ½ xícara (chá) de margarina
  • ½ colher (chá) de sal
  • 2 ovos
Ingredientes Recheio
  • 1 maço de brócolis (400 gramas)
  • 2 xícaras (chá) de queijo mussarela ralado
  • ½ xícara (chá) de creme de leite
  • 2 xícaras (chá) de água
  • 2 colheres (sopa) de margarina
  • 1 cebola pequena picada
  • 2 colheres (sopa) de queijo parmesão ralado
  • 1 ovo batido
Modo de Preparo Recheio
  1. Higienize o brócolis deixando-o em buquês.
  2. Em uma panela, doure a cebola na margarina.
  3. Acrescente o brócolis, a água e deixe cozinhar.
  4. Coloque um pouquinho mais de água, se for necessário, e deixe secar.
  5. Acrescente o creme de leite, mexa e deixe que esfrie.
  6. Acrescente a mussarela, misture delicadamente e reserve.
Modo de Preparo da Massa
  1. Pré aqueça o forno em temperatura média (180ºC)
  2. Em uma tigela, misture os ovos, a margarina, o sal, a farinha até obter uma massa.
  3. Enrole a massa em filme plástico e leve à geladeira por 10 minutos.
  4. Retire e com a massa, forre o fundo e as laterais de uma forma de aro removível de 20 cm de diâmetro.
  5. Com o auxílio de um garfo fure toda a massa.
  6. Pincele toda a massa com ovo batido e depois espalhe o recheio.
  7. Polvilhe com o queijo parmesão e leve ao forno por aproximadamente 30 minutos.
  8. Sirva quente.  Fonte
Bom apetite!! Beijos  Simone Santiago Marques

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Rapaz de 26 anos é adotado, uma história de amor !!!


Recebi essa matéria no fase e fiquei emocionada !!
Sentado no chão do quarto, Josué, 26 anos, monta um quebra-cabeça. A embalagem com o mosaico de um caminhão indica o brinquedo para crianças. Em pé e perto da porta, Maria de Lourdes Apolinário, a Lurdinha, 51 anos, desafia a lógica do senso comum.
Encaixa a história de Josué, que tem diagnóstico clínico de síndrome de Down e rendimento de Deficiência Mental Moderada, à sua vida. Essa alteração genética não impediu que ela entrasse com pedido judicial para adotá-lo. Agora, ela é a mãe dele.
O jovem Josué passou a vida toda em abrigos. Por duas vezes conviveu com famílias interessadas em tê-lo como filho. Mas provavelmente identificado como um "bebê down" foi devolvido.
O caso dessa adoção tardia, que se opõe às preferências da maioria dos interessados por adoção que aguardam por crianças pequenas e saudáveis, está sendo considerado inédito em Santa Catarina.
Existem casos de adoção de adultos. Porém, quase sempre de pessoas que convivem há mais tempo juntas. Do pedido à obtenção da guarda provisória, na Vara da Infância e Juventude, são apenas 10 meses.
Rapidez no processo é consequência de lei sancionada neste ano
O trâmite rápido do processo que aproximou mãe e filho é consequência de uma lei desconhecida por muita gente. Assinada em fevereiro deste ano pela presidente Dilma Rousseff, dá prioridade de tramitação de adoção de crianças e adolescentes com deficiência ou doença crônica.
A autora da proposta, a deputada Nilda Gondim (PMDB-PB), justifica que a medida pretende acelerar o processos de adoção dessas crianças e adolescentes. Mas manterá os critérios estabelecidos em lei. A intenção, esclarece a parlamentar, não é pular etapas ou afrouxar procedimentos. Crianças com deficiência ou com doenças crônicas representam cerca de 10% das crianças que estão em abrigos à espera de adoção no país.
A especificidade do caso chegou ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina, onde Lurdinha trabalha. Quando exercia o cargo de presidente em exercício, o desembargador Torres Marques concedeu à servidora licença de adoção de seis meses. Foi uma concessão excepcional pelo fato de o rapaz ter permanecido em abrigos desde o nascimento e ser incapaz para quase todas as coisas que fazem parte da nova rotina.
"Minha "Minha mamãe" são as primeiras palavras aprendidas com ajuda de fonoaudióloga
A avaliação constou em um estudo social realizado pela Diretoria de Saúde do TJ, o qual apontou que o jovem, após o início da convivência e pelo atendimento em tempo integral dispensado pela adotante, obteve melhora significativa na articulação da fala.
 Por falta de estímulos, Josué apresenta atraso no desenvolvimento da linguagem e alteração de órgãos fonoarticulatórios e funções neurovegetativas. Mas, desde que começou a ser acompanhado por uma fonoaudióloga, apresenta melhoras.
_ Minha mamãe _ já diz Josué, quando retorna de atividades como natação ou da oficina de reciclagem de papel onde convive com outros jovens com exigências semelhantes.
Também por isso, ficou justificada a extrema necessidade de afastamento do trabalho da mãe nesta fase inicial da adoção. Especialmente pelo fato de o rapaz nunca ter participado do cotidiano familiar e precisar de orientação e acompanhamento em atividades de rotina.
Em novembro termina o prazo da guarda provisória. Se tudo continuar correndo bem, a guarda definitiva será concedida. Josué passará a se chamar Josué Antônio (em homenagem ao companheiro de Maria de Lourdes, o Toninho) Apolinário e terá oficialmente duas irmãs, Érica e Natália.
Sob o olhar de Lurdinha, continuará a montar o quebra-cabeça mais especial de sua vida.
Servidora Servidora pública compartilhou com familiares a decisão de adotar
Maria de Louredes Apolinário, a Lurdinha, é divorciada e mãe biológica de duas jovens. Uma tem 22 e outra 25 anos. Formada em Serviço Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ela exerce o cargo de técnico judiciário uuxiliar no Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
Há nove anos mantém um relacionamento com José Antônio Zortéa, o Toninho, também divorciado, e pai de um casal de filhos. A moça tem 22 e o rapaz 31 anos. Lurdinha e Toninho moram em casas separadas, mas costumam passar o final de semana, viajar e tirar férias juntos.
Lurdinha conta que sempre pensou na possibilidade de adotar. Mas foi a aproximação dos 50 anos e da aposentadoria, que deve sair em dois anos, que a fez amadurecer a ideia. Conversou sobre a intenção com os familiares e explicou que isso poderia ocorrer independente da idade, sexo, cor, situação de saúde da criança ou adolescente.
Recebeu apoio de todos, e reconhece o grande incentivo vindo do seu companheiro. Mesmo assim achou que deveria preparar-se. Buscou ajuda psicológica com uma profissional. Também esteve em encontros organizados pelo Grupo de Estudos  e Apoio à Adoção de Florianópolis, o GEAAF.
Lurdinha Lurdinha e Josué se conheram em um jantar, depois que ele a cumprimentou por três vezes
Setembro de 2012 chegou com uma boa nova para ela. Em um jantar organizado pela Cooperativa Social de Pais e Amigos Portadores de Deficiência (Coepad) conheceu o sorridente Josué.
_ Naquela noite, se mostrando afetivo e educado, ele veio por três vezes até a nossa mesa nos cumprimentar_ recorda.
No começo, ela pensou que o rapaz seria filho de um associado. Até descobrir ser um jovem abrigado no Centro Educacional São Gabriel, instituição mantida pelo Estado, localizada em São José, na Grande Florianópolis.
O centro de acolhimento de alta complexidade atende 20 moradores com idades entre 22 e 50 anos. Todos têm algum tipo de deficiência intelectual ou transtornos de desenvolvimento que exigem cuidados especiais. Muitos chegam para algum tipo de tratamento ou para estudar. Mas acabam abandonados pelas famílias.
Aos poucos, e com autorização judicial, Lurdinha conseguiu se aproximar de Josué. O que começou com visitas ao Centro Educacional foi sendo incrementado com passeios e convívio familiar.
De De uma história marcada por abandonos a uma nova vida cercada de afeto
Paralelo a isso, ela buscava também o passado do rapaz. Descobriu que com oito dias de vida ele foi entregue pela mãe para uma família, no Sul de Santa Catarina. A chamada adoção à brasileira, onde a mãe biológica dá o filho para outra pessoa criar, não deu certo.
O menino foi devolvido ao Fórum meses depois. Uma adoção legal chegou a ser feita. Mas foi novamente levado de volta para a Justiça da Infância e Juventude. Provavelmente, por perceberem que se tratava de uma criança com síndrome de down.
O garoto ficou então aos cuidados de uma família protetora. Mas ao completar 12 anos _ quando pela legislação deixa de ser criança _ precisou sair e foi encaminhado ao Centro Educacional São Gabriel até maio deste ano.
Desde então mora com a nova família em um aconchegante apartamento no Centro de Florianópolis. Nesta semana ele ganhou uma festa de aniversário para comemorar os 26 anos. Entre os presentes, um que parece ter gostado muito: uma gaitinha de boca. Ideia da fono, que com isso pretende ajudá-lo a exercitar movimentos que estimulam a fala. Fonte
Que história linda !!!  Beijos  Simone Santiago Marques

domingo, 14 de agosto de 2016

Feliz dia dos Pais !!!


Feliz Dia dos Pais !!!
Amandinha e o papai brincaram na escola, se divertiram muito, nosso mundo é com certeza muito melhor com nosso Príncipe !!! :)
Segue abaixo linda mensagem dos dias dos Pais.
 Os braços de meu pai.
Haverá lugar mais seguro no mundo, do que os braços de meu pai?
Haverá abraço mais forte, presença mais certa, do que a certeza de meu pai?
Depois de partir tantas vezes, depois de lutar tantas vezes, haverá outro lar para onde eu possa voltar, senão para a mansão do coração de meu pai?
Haverá professor mais dedicado, médico mais experiente, conselheiro mais sábio do que esse?
Haverá olhos mais zelosos, ouvidos mais atentos, lágrimas mais sentidas, sorrisos mais serenos do que os dele?
Existirá mais alguém no mundo que lute por mim como ele? Que se esqueça de suas necessidades pensando nas minhas? Que esteja lá, em qualquer lugar, a qualquer hora, por seu filho?
Existirá mais alguém no mundo que renuncie a seus sonhos pessoais por mim, e que chegue até a tornar os meus sonhares os seus próprios, por muito me amar, e por muito querer me ver feliz? Existirá alguém?
Raros são os corações como o dele. Raros como a chuva durante a estiagem. Raros como o sol nas noites eternas dos polos terrenos.
*
Nossos pais são únicos. São dessas almas que Deus, em Sua bondade sem fim, coloca em nossas vidas, para torná-las completas.
Nossos pais são únicos. São as estrelas que permanecem no firmamento, dando-nos a beleza e a luz da noite, sem nada exigir em troca.
São tão valorosos que, mesmo após se tornarem invisíveis aos olhos, e serem vistos apenas em fotografias e sonhos, continuam conosco, com o amor de sempre, com o abraço seguro de todas as horas.
*
É por tudo isso que preciso lhe dizer, pai, não somente hoje, mas em todas as manhãs que a vida me proporcionar, que se meus passos são mais certos hoje, é porque souberam acompanhar os seus; que se hoje sou mais responsável, é porque minha responsabilidade se espelhou na sua; e que se hoje sonho em ser pai, é porque tive em você a maior de todas as inspirações.
Não sabemos ao certo o tempo que estaremos juntos, aqui, nesta jornada, mas saiba que nada me fará mais feliz no futuro do que reencontrá-lo, tantas e tantas vezes, em tantas e tantas vidas, porque jamais existirá lugar mais seguro no mundo do que os seus braços, meu pai querido.
Minhas preces têm em seus versos o seu nome.
Meu espelho tem as feições que seu semblante me emprestou.
Minha fé tem a sua certeza, a sua confiança.
Meu coração tem as sementes das suas virtudes, e o livro da história de minha felicidade tem, em todas suas páginas, a palavra pai.
Redação do Momento Espírita, com base no poema Os braços de meu pai, de autoria desconhecida.
Em 11.8.2016.

Beijos  Simone Santiago Marques

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Torta de Maça, uma delícia !!!


Torta de maça com sorvete !!!  Quem quer ?
Ingredientes
  • 100g de manteiga
  • 2 xícaras (chá) de açúcar
  • 2 ovos
  • 2 colheres (chá) de canela
  • 2 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo
  • 2 colheres (chá) de fermento
  • 3 maçãs cortadas em cubinhos
Como fazer
  1. Comece misturando as 100g de manteiga, 2 xícaras de açúcar e 2 ovos batendo bem até que forme um creme fofo e mais esbranquiçado.
  2. Adicione então 2 colheres de chá de canela, 2 1/2 xícaras farinha de trigo e 2 colheres de chá de fermento para bolos; a massa vai ficar bem grossinha mesmo! Por último, adicione à massa 3 maçãs cortadas em cubinhos.
  3. Cubra um refratário com papel manteiga e espalhe sua massa por igual.
  4. Leve ao forno em temperatura média, por aproximadamente 40 minutos ou até que a casquinha fique bem durinha e, ao espetar o palito, voltem pequenos pedaços de massa.
  5. Deixe esfriar.                  Fonte
Bom apetite. Beijos  Simone Santiago Marques

domingo, 7 de agosto de 2016

Futuro e sexualidade - síndrome de Down - Dr Zan Mustacchi


Dando continuidade no Guia do Bebê, seguimos com futuro e sexualidade . Vamos lá !!
Uma situação frequente vivida por familiares de alguém com síndrome de Down é a pergunta relacionada ao futuro da geração  e expectativa de vida. O tem " futuro da geração " está diretamente relacionado com perspectivas e ansiedades relativas as duas questões.
A primeira delas é "Quem acompanhará meu filho quando eu não estiver mais presente?",  e a segunda está relacionada à questão de filhos que eventualmente possam ser esperados por um casal com síndrome de Down.
Para abordar a primeira questão é preciso ter a ciência de que a ordem natural da vida respeita a todos nós, isto é, os pais partem antes dos filhos. Os filhos deverão adaptar-se a uma vida chamada de autônoma. Quando falamos de autonomia, não estamos necessariamente falando de autonomia individual, a qual é muito difícil de ser atingida, principalmente ao considerarmos que necessitamos constantemente de apoio e troca de informações com nossos familiares, amigos etc.
A perspectiva de vida autônoma à qual nos referimos é a possibilidade de conviver com uma sociedade que compartilha e auxilia. Esse arranjo é absolutamente viável para a vida de um adulto com síndrome de Down que tenha alguém considerado " apoio", o qual preferimos chamar de " monitoramento intermitente", responsável por momentos que envolvam questões econômicas e jurídicas.
Esse cuidado se deve ao fato de vivermos em uma sociedade pobre de caráter e educação, que possibilita o abuso de pessoas mal-intencionadas.
Outra questão importante é a da sexualidade. A menstruação e a ejaculação ocorrem na mesma fase e da mesma forma como em qualquer pessoa, mas ao que tudo indica a menopausa é prematura. Sabemos que a atividade enzimática , a qual controla equilíbrios metabólicos, está muitas vezes alterada e de certa forma acelera nas pessoas com síndrome de Down ;  que o ciclo de fertilidade e equilíbrio metabólico dos hormônios sexuais femininos  é reduzido; e que, consequentemente, o envelhecimento é prematuro. O mesmo ocorre com todo o ciclo de vida celular do organismo desses indivíduos.
Um processo muitas vezes preocupante e curioso ocorre em adolescentes com síndrome de Down é definido como " puberdade precoce ". O sinal indicativo de puberdade precoce isossexual ( isto é, no indivíduo do sexo masculino relacionado com pênis e pelos, e no sexo feminino, com mamas e pelos) é a expressão prematura e/ou exacerbada  da maturidade sexual em qualquer faixa de idade.
Curiosamente , durante muito tempo escreveu-se na literatura técnica que a genitália masculina dos indivíduos com síndrome de Down era pequena ( "micro"), mas surpreendentemente começamos a observar uma grande frequência de adolescentes com aumento importante de genitália, cujo diagnóstico inicial foi puberdade precoce. Para esses casos , especificamente, houve uma varredura ( pesquisa) ampla de situações patológicas que pudessem ter induzido a essa surpreendente alteração chamada de macrogenitossomia, o que indica uma clássica puberdade precoce.
Todas as pesquisas concluíram padrões normalíssimos. Uma macrogenitossomia em um adolescente com síndrome de Down deve ser sumariamente investigada para não cometermos o erro de desprezar situações próprias  da puberdade precoce como doença, mas devemos reconhecer de antemão que a macrogenitossomia pode ser normal nesses jovens.
No caso da concepção entre pessoas com síndrome de Down, há uma possibilidade de cerca de 80% de nascimento de crianças com esse mesmo diagnóstico. Quando um deles têm síndrome de Down e o outro não, a possibilidade é de 50%. O melhor método anticoncepcional ainda é o celibato. Entretanto, sejamos objetivos: acredito que a educação com informação adequada para uso rotineiro de preservativos é o melhor método.
Mas será que as pessoas com síndrome de Down têm condições  de lembrar-se do uso do preservativo, já que o desejo, neste momento, é maior do que a preocupação com qualquer coisa ? - alguns se perguntarão. Com certeza, caso seja ensinado a esse grupo de pessoas a importância do uso de preservativo, sem dúvida se lembrarão de usá-lo  de forma muito mais incisiva do que as pessoas sem a síndrome. Além de evitar doenças infectocontagiosas por transmissão sexual, esse tipo de método contraceptivo evita o uso de medicamentos ( hormônios) chamados anticoncepcionais , que podem ser orais ou intramuscular , ou até depósitos subcutâneos, e evita os riscos do uso do dispositivo intauterinos ( DIU).
Beijos  Simone Santiago Marques

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Quem é a criança com síndrome de Down ? - Dr Zan Mustacchi Parte 2


Dando continuidade ao Guia do Bebê, sobre Quem é a criança com síndrome de Down ?
O comprometimento intelectual manifestado nas pessoas com síndrome de Down é claramente variado de um indivíduo para o outro, mas essa situação não determina de maneira nenhuma uma referência de diferentes graus entre eles.
A redução do tamanho do encéfalo ( cérebro) das pessoas com síndrome de Down relaciona-se com vários achados, sendo o principal o que chamamos de encurtamento da árvore dendrítica ( os dendritos são alongamentos dos ramos da célula nervosa e, portanto, são projeções e extensões dessa célula que conhecemos como neurônio ).
A comunicação entre os neurônios ( células nervosas ) ocorre pela aproximação entre um detrito e outro. Podemos usar como exemplo o tronco de uma árvore cujos ramos se prolongam para atingir distâncias progressivamente maiores. Quando esses ramos aumentam em número, formarão uma área de cobertura, como se fosse uma amplitude de sombras cada vez maior, portanto, se tivermos múltiplas árvores, tanto suas raízes quanto seus ramos poderão entrelaçar-se ( juntar-se, encostar-se e fazer tocar uns nos outros) de tal forma que com maior intensidade e maior frequência os ramos e raízes estarão em contato e se relacionando.
O tamanho da área de sombra- da área de contato entre uma árvore e outra- é refletido principalmente pelos ramos. Isto é, não importa a distância de uma árvore e outra se a comunicação entre elas puder ser realizada pelo prolongamento, aproximação e multiplicação dos seus ramos.
Isso nos facilita entender que o mais importante não é o número de neurônios, mas sim o quanto esses neurônios podem se ramificar através de seus dendritos e se intercomunicar. Como já citamos anteriormente,nas pessoas com síndrome de Down há uma redução do número de dendritos, porém esses podem ser estimulados a um melhor " alongamento".
Atualmente existem muitos estudos e experiências na tentativa de alongar e ampliar as ramificações dendríticas. Várias medicações já foram usadas, com resultados variados, com o intuito de facilitar esse processo, mas nenhuma delas foi realmente eficaz e com resultados melhor que um placebo  ( medicação sem efeito químico)
Hoje está muito claro, conforme observado em testes de grande e absoluta confiança ( realizados em camundongos  e confirmados em seres humanos), que a estimulação universal, isto é, de todos os sentidos ( audição, visão, tato, olfato, gustação e emoção), além de uma importante estimulação social, física e emocional é fundamental. O conjunto dessas estimulações que podem ser feitas em casa, na rua, na escola, no clube, em atividades desportivas ( Ginástica e esporte ) e de lazer consegue estimular os neurônios a aumentar e alongar os dendritos.
Fica claro que pessoas estimuladas de maneira equilibrada ( não devendo ser hiperestimuladas a ponto de se sentirem estressadas) só terão a ganhar mais potencial de aprendizagem por capacitação.
Todos aprendemos, mas é preciso saber como ensinar, para ensinar algo a alguém devemos primeiro pensar : " Quais as possíveis formas de aprender aquilo que eu quero ensinar ?"
Essa maneira de pensar é o que chamamos de aprender a aprender, o que também implica aprender a ensinar, e está relacionada não somente a um domínio de fórmulas, os chamados modelos de capacitação, mas principalmente vinculada com conteúdo e criatividade, palavras que traduzem uma das portas mais importantes da habilidade de um professor ou de qualquer pessoa envolvida com o saber ensinar.
É muito comum ouvirmos que pessoas com síndrome de Down têm com maior frequência uma assustadora doença chamada leucemia, que incide principalmente em crianças e adolescentes. As pessoas com síndrome de Down têm aumento de endostatina, que é uma proteína inibidora do crescimento de tumores cancerígenos sólidos. A codificação dela é feita pelo cromossomo 21. Como as pessoas com síndrome de Down têm três cromossomos 21 , produzem 50% a mais de endostatina.
Por isso, estão mais protegidas contra o câncer sólido. No caso da leucemia, o índice é bem maior entre os indivíduos com síndrome de Down que na população comum. Mas com uma diferença: nas crianças com Down, quando diagnosticadas prematuramente, a leucemia tem aproximadamente 100% de chance de cura. Entre as crianças comuns, a chance é de 80%.
O próximo post será sobre futuro da geração e puberdade.
Beijos  Simone Santiago Marques