quarta-feira, 27 de setembro de 2017

A educação inclusiva para crianças com autismo na cidade de Nova Iorque, EUA


Um modelo de educação inclusiva atualmente aplicado em cerca de 40 escolas públicas na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, vem chamando atenção internacional da comunidade de pessoas ligadas a crianças com autismo. É o “ASD Nest Program”, em tradução livre “Programa Ninho para Pessoas no Espectro do Autismo”.Educação inclusiva - crianças com autismo
Neste modelo, as classes Ninho do Ensino Infantil ao Ensino Médio têm até 4 estudantes com autismo e, dependendo do ano escolar, de 8 a 20 estudantes com desenvolvimento típico. Para a criança com autismo participar das classes deste programa, ela precisa apresentar alto desempenho e ser capaz de participar das tarefas daquele ano/série escolar.
As classes Ninho contam com dois professores, um professor com formação em Pedagogia e outro em Educação Especial. Nestas classes, não há um profissional mediador. Ambos professores recebem treinamento especializado para o processo de ensino-aprendizagem de estudantes com autismo. Treinamento e contínua orientação são oferecidos aos professores pela equipe da New York University (NYU) e da Hunter College. No dia a dia da sala de aula, os dois professores dividem as responsabilidades de planejamento de aula e de instrução dos estudantes, trabalhando em colaboração constante. Um currículo especializado de habilidades sociais e funções executivas é inserido no conteúdo programático e aplicado pelos professores junto a todos os estudantes.
Os estudantes também contam com sessões em pequenos grupos com fonoaudiólogos que auxiliam no desenvolvimento de habilidades sociais. Uma equipe multidisciplinar formada por terapeutas ocupacionais, psicólogos e psicopedagogos, entre outros, mantém contato com os professores durante todo o ano e oferece apoio quando necessário.
A parceria com os pais dos estudantes com autismo é estimulada, os pais participam regularmente de reuniões com a equipe da escola e podem manter contato diário com a equipe através de e-mails e anotações na agenda. O programa possibilita uma constante troca de informações sobre os interesses especiais das crianças, suas áreas de força e atuais áreas de dificuldade, assim como a comunicação e padronização de estratégias que beneficiam o bem-estar e o desenvolvimento das crianças na escola, em casa ou nas clínicas. Visitas dos profissionais da escola e da equipe multidisciplinar na casa das crianças fazem parte do programa.
Inclusão escolar - educação inclusiva para crianças com autismoAdaptações do ambiente físico são executadas nas salas de aula para auxiliar a regulação e o conforto dos estudantes, como iluminação natural ou sem o uso de lâmpadas fluorescentes, poucos estímulos visuais nas paredes, uma área de regulação no fundo da sala com objetos de conforto como tapetes emborrachados, pufes e almofadas, e até pedais embaixo das mesas para que as crianças possam pedalar enquanto fazem o trabalho acadêmico.
A valorização das áreas de força e dos interesses especiais da criança é reforçada na rotina diária para promover oportunidades de aprendizagem social, emocional, cognitiva e motora.
Um dos lemas do ASD Nest Program, o qual ilustra sua filosofia inclusiva, é: “Se as crianças não aprendem da forma como nós ensinamos, então nós devemos ensiná-las da forma como aprendem”, Dr. Kenneth Dunn.  fonte
Beijos  Simone Santiago Marques

terça-feira, 19 de setembro de 2017

Família incentiva jovem com síndrome de Down a empreender em Maceió


Limitação é uma palavra que não faz parte do dia a dia do jovem Felipe Martins, de 27 anos, portador da síndrome de Down.
Com ajuda da família, ele decidiu montar seu carrinho de cachorro quente e vender o lanche na orla de Maceió.
A inauguração do Hot Dog do Lipe aconteceu no dia 10 de setembro na Rua Fechada, que fica na orla da Ponta Verde, em Maceió.
Com molhos especiais e uma salsicha bovina, os 100 cachorros quentes que ele levou foram vendidos rapidamente.
O preço varia de R$ 10 a R$ 12, e quem quis provar, precisou enfrentar fila. “Foi maravilho, legal. Eu sonhava com isso, era isso que eu queria fazer”, comemora Lipe.
Faltando poucos meses para se formar em gastronomia, Lipe pretende seguir caminho contrário da maioria dos colegas de classe que querem ser chefes e afirma que vai continuar empreendendo.
É que depois do sucesso do dia 10, o jovem está empolgado com as vendas dos cachorros quentes gourmet e garante que todo domingo vai bater ponto na orla para fazer a alegria dos famintos. “Quero vender cachorro quente”, garante o aprendiz de cozinheiro.
Ele ainda não terminou a faculdade, mas assim como os grandes chefes, Lipe tem ajudante de cozinha.
Nos bastidores, tomando conta de tudo, está a mãezona, Kátia Martins. Querendo realizar o sonho do filho e buscando a independência dele, ela cuida de cada detalhe.
“Tudo fazemos juntos. Quanto mais ele se integrar no negócio, melhor.
Ele já faz algumas coisas sozinho, como o molho de queijo. É isso que quero. É o negócio dele, do Lipe. Quero ver essa autonomia dele, que para mim é o mais importante”, contou ao G1fonte
Adorei !! Beijos   Simone Santiago Marques   

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Pela primeira vez na história, um ator com síndrome de Down ganha o prêmio Ariel, do México


A 59a. edição do Ariel, a mais alta premiação do cinema mexicano, foi um evento sem precedentes. Um ator com síndrome de Down ganhou pela primeira vez o prêmio na categoria de Ator Revelação. 
Paco de la Fuente, de 25 anos, foi premiado por sua atuação no filme “O Alien e eu”, do diretor Jesus Magaña Vázquez. “Eu me sinto emocionado, estou feliz, lisonjeado, porque este é o meu primeiro prêmio da Academia Mexicana de Artes Cinematográficas e Ciências”, disse ele em uma entrevista após o evento.
Em “O Alien e eu”, De la Fuente desempenha Pepe, o novo tecladista de uma banda punk transformada em grupo de música “tecnoanarcumbia”. A chegada de Pepe, que é apelidado de “O Alien” provoca conflitos entre os membros da banda que lutam com seus preconceitos sobre as pessoas com síndrome de Down. O filme será lançado em setembro próximo.
Paco atua desde oito anos de idade. Seus pais o matricularam em uma academia de teatro quando notaram que ele gostava de dançar e cantar. Em entrevista, o mexicano disse que o teatro também ajudou a melhorar suas habilidades de aprendizagem.
Embora não haja muitos atores como ele, Paco dia que tem conseguido se adaptar a esse mundo. “Eu sempre me senti um ator, eu sei que eu sou uma pessoa com deficiência, mas quando meus amigos que me viram dançando ou atuando, gostaram de mim por ser bom nisso”.
 Antes do filme, De la Fuente participou do musical “Hoje não posso me levantar” e em 2010 foi padrinho (embaixador) do time de futebol Santos Laguna.
Outros atores com síndrome de Down também receberam prêmios importantes em diversos países. O primeiro foi o ator belga Pascal Duquenne, em 1996, que recebeu o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes pelo filme “O Oitavo Dia”.
 Em 2009, Pablo Pineda recebeu a Concha de Ouro do Festival de San Sebastián (Espanha) pelo seu desempenho nao filme “Yo También”. Ele também foi indicado para o prêmio Goya. No Reino Unido, a britânica Paula Sage ganhou o BAFTA escocês em 2003 por sua atuação no filme “The Afterlife”.
ator americano Chris Burke, mais conhecido como Corky da série “Life Goes On”, foi nomeado para um Globo de Ouro em 1990 por sua atuação no programa.
O ator brasileiro Ariel Goldberg foi escolhido melhor ator no Festival Brafftv – Brazilian Film & Tv Festival de Toronto, pelo filme “Colegas”, de Marcelo Galvão. Protagonizado por Rita Pokk, Ariel Goldenberg e Breno Viola, o filme, de 2013, recebeu o Prêmio Jovem Brasileiro e foi considerado melhor filme no Festival de Gramado, Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, Festival de Cinema Latino-Americano de Trieste, na Itália e Festival Internacional sobre Deficiência Breaking Down Barriers, na Rússia.  fonte
Beijos   Simone Santiago Marques

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

A história do jovem com Down que criou sua marca de brigadeiro: a Downlicia


Gabriel Bernardes de Lima, 21 anos, começou, em abril, a fazer brigadeiros gourmet para vender. Como qualquer jovem, já faz grandes planos para o dinheiro que tem ganhado. "Quero comprar um carro e ter a minha própria loja".Gabriel tem síndrome de Down.
O projeto ainda levará algum tempo para ser realizado, mas ele já contribui com as contas da casa em que mora com a mãe, a secretária Martha, e a irmã mais velha, Carolina, 22, em um bairro da zona sul de São Paulo
Antes de ser um negócio, a Downlicia –marca dos brigadeiros de Gabriel– é mais um esforço de Martha para mostrar que a síndrome não é empecilho para uma vida independente
Cozinheiro precoce "O Gabriel começou a se interessar por cozinhar com uns nove anos. Ele fazia sanduíches e sucos. Já maior, eu o ensinei a mexer no fogão, e ele aprendeu a fazer café, fritar ovo... Quando falava para alguém o que ele sabia fazer, percebia que a pessoa me olhava desacreditando. Foi assim que tive a ideia de gravar os vídeos", fala Martha
que aprendeu fuçando na internet a editar e a postar na plataforma– mostra o rapaz passando um cafezinho no coador. Depois vieram vídeos dele fazendo macarrão com molho branco, bolo de coco e pastel. Entre uma receita e outra,  a secretária gravava outras cenas do cotidiano do filho, como ele se barbeando e fazendo aulas de bateria.
A iniciativa teve como objetivo inicial mostrar a vida autônoma que o rapaz leva. Segundo a mãe, Gabriel entende melhor os percursos de metrô do que ela. Sai sozinho para resolver tarefas do dia a dia e tem conta em banco.

Surge um negócio

Em abril, depois de postar um vídeo no qual Gabriel aparecia fazendo brigadeiro de limão e de café, os conhecidos começaram a perguntar para Martha se eles estavam vendendo os doces. A secretária pensou: "Por que não?", afinal ,já pensava em ajudá-lo a encontrar um emprego.
A secretária enfrentava sérias dificuldades financeiras desde 2015, quando viu minguar o seu negócio, que era agenciar DJs para tocar em clubes e festas. Sem contar com a ajuda financeira –nem a presença do pai dos filhos, Martha teve de sair do apartamento alugado em que vivia para um bem mais simples, sem contrato formal.
A situação ficou difícil a ponto de ela ter de pedir ao padre da paróquia do bairro uma cesta básica mensal para a família. "Chegamos a não ter nada em casa para comer", conta ela, que, logo depois, começou a trabalhar na secretaria da igreja, sua ocupação atual.
Cliente famosa As primeiras encomendas vieram de pessoas conhecidas, mas o negócio engrenou. Os pedidos agora chegam via redes sociais.A página da Downlicia no Facebook tem mais de 13 mil curtidas. No Instagram, Gabriel tem quase 4.400 seguidores. "Não sei como os brigadeiros chegaram na Kéfera [youtuber], que até gravou um vídeo no Stories mostrando os doces e o o folheto da marca", diz a mãe.
Agora Gabriel concilia a produção dos brigadeiros com os estudos –ele está no nono ano de uma escola especial— e os passatempos típicos da idade. "Jogo videogame e vou na balada." Questionado sobre o tipo de música que gosta, ele responde rapidinho: "Rap e funk"  Fonte
Beijos   Simone Santiago Marques