quarta-feira, 11 de maio de 2016

Dentição na Síndrome de Down

dente
No Post de hoje vamos falar sobre o nascimento e cuidados com os dentes do nossos pequenos.
Apesar de termos 2 Dentistas na família, meu Pai e minha Irmã mais nova, a Dentista que trata da Amanda é a Dra Deise Funari. Ela é Odontopediatra e a sua especialização é Ortopedia (é o tratamento das bases ósseas, quando há mau relacionamento entre a maxila e a mandíbula. Como os procedimentos dependem do crescimento ósseo do paciente, o tratamento ortopédico facial volta-se para crianças entre 6 e 14 anos de idade). Pode parecer estranho um dentista com especialização em ortopedia mas muitos problemas estão relacionados a formação da boca.
Cuidar dos dentes é uma questão de saúde e não é apenas estética. Nosso organismo funciona como uma orquestra: cada órgão cumpre o papel de um instrumento. E, quando um desafina, o corpo todo pode ser afetado. Quando a saúde bucal não está em harmonia, as bactérias e os fungos naturais dessa região podem se proliferar e atingir outros órgãos. Diversas doenças podem ter origem em infecções na boca.
Quanto antes começarmos o acompanhamento com um dentista melhor. Através deste acompanhamento, é possível detectar alguns problemas de saúde e assim evitar as doenças bucais da primeira infância. Com este acompanhamento é possível avaliar o tamanho da cavidade bucal, iremos receber orientações sobre a dieta, como devemos fazer a higiene bucal, avaliar atitudes corriqueiras das crianças como chupar o dedo ou o uso da chupeta, aplicação do flúor, etc.
  •  Nascimento dos dentes
O nascimento dos dentes pode causar desconforto à criança, que faz com que as vezes ela não queira comer, pode ter um sono inquieto, começar a babar devido ao aumento de salivação e levar constantemente as mãos e outros objetos à boca, chorar sem motivo aparente, ter febre, congestão e com certeza a criança ficará mais irritada (e nós também).
O tamanho da mandíbula e cavidade bucal nas crianças com Down é menor, elas possuem um palato estreito, alto e com formato ogival. A língua posicionada sempre para fora da boca e a respiração bucal frequentemente resultam em boca seca e fissura dos lábios.
A salivação das crianças Down é, em média, 50% menor, o pH salivar é mais alto, assim como os níveis de sódio, cálcio e bicarbonato. Consequentemente é baixa a incidência de cárie.
  • Dentes de leite
As crianças possuem em média 20 dentes de leite. Apesar de serem dentes que caem para ceder lugar aos dentes permanentes, eles são muito importantes na articulação das palavras, desenvolvimento dos maxilares e músculos da face da criança; servem de guia e guardam o espaço para os dentes permanentes nascerem na posição correta. Quando a criança perde um dente de leite antes da época, os dentes vizinhos ficam sem contato, movimentando-se, diminuindo o espaço e dificultando o nascimento dos permanentes.
No caso das crianças Down devemos fazer este acompanhamento antes do nascimento dos dentinhos, porque em nossos bebês podemos encontrar;
  • dentes que podem ser mais pontudos (dentes conóides) principalmente os incisivos e os caninos,
  • surgimento tardio,
  • sequência alterada e até a falta de alguns ou dentes extras.
No caso da Amanda não tivemos nenhuma alteração na sua dentição.
Os primeiros dentinhos começaram a aparecer na Amanda por volta dos 2 anos de idade e agora com sete anos ela já tem todos os dentes de leite. No caso de crianças Down o nascimento dos dentes, geralmente, segue uma seqüência diferente e tardia. Por exemplo, os dentes incisivos laterais superiores e inferiores nascem por volta dos 8 anos e alguns dos dentes permanentes nascerão até os 15 anos de idade.
  • Doenças Periodontais 
A doença periodontal ocorre em dentes permanentes causa mau hálito, uma vez que atinge os ossos de sustentação podendo deixar-los moles a ponto da perda precoce do dente.
Nas crianças Down, a doença periodontal pode aparecer precocemente, pois esta diretamente relacionada com a baixa imunidade que eles têm,  o que aumenta a dificuldade do organismo no combate às bactérias presentes na boca.
Quem se alimenta toda hora, não permite que a saliva volte à normalidade (de pH), tornando o ambiente bucal ideal para as bactérias, por isso a importância de uma boa higiene bucal.
Para nossa sorte a Amanda adora a hora de escovar os dentes, no próximo post vamos falar sobre a importância e o modo correto da escovação.
Beijos  Simone Santiago Marques

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